De acordo com o portal UOL, o governo brasileiro liderado pelo ex-presidente Lula optou por não assinar uma declaração que condena as atrocidades cometidas pelo ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. A declaração foi assinada por mais de 50 países durante uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a apresentação da pauta, o representante do Itamaraty presente na reunião permaneceu em silêncio e, posteriormente, chamou a atenção de diversos governos que rubricaram o texto contra o regime da Nicarágua.
Entre os países que assinaram a denúncia contra Ortega estão potências mundiais como Estados Unidos, Austrália, Canadá e França, além de governos de esquerda da América Latina, como Chile e Colômbia, e outros países como Peru, Guatemala, Paraguai e Equador. O presidente do Chile, Gabriel Boric, apesar de pertencer ao mesmo espectro político de esquerda, reconheceu a perseguição ideológica orquestrada por Ortega contra a população da Nicarágua, especialmente os cristãos, chamando-o de ditador.
Em um relatório, o grupo de países que assinou a declaração pede sanções contra instituições e indivíduos ligados à ditadura de Ortega. O documento afirma que os abusos cometidos pelo regime, incluindo execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura, privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país, não são um fenômeno isolado, mas sim parte de um desmantelamento deliberado das instituições democráticas e da destruição do espaço cívico e democrático.
O Itamaraty, que ficou de fora da iniciativa, deve emitir uma nota explicando seu posicionamento nesta segunda-feira, 6 de março, segundo informações do UOL.