O pastor José Gonçalves, teólogo, escritor e comentaristas das revistas lições bíblicas da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, trouxe o que chamou de “provocação teológica” em um texto onde questiona (sem juizo de valor, ressalta ele) algumas informações acerca dos usos e costumes, prática adotada pelas AD´s no Brasil e que até hoje é motivo de divisão e debate acalorado sobre sua validade e eficiência.
“Quando e quem introduziu essa prática nas Assembleias de Deus? Em outras palavras, de que forma os “usos e costumes” passaram a fazer parte da ordem do dia assembleiano?” , escreveu.
O pastor aponta uma informação que mostra como a prática dos usos e costumes eram legalistas ao extremo em tempos não tão distantes.
“O Assunto teve grande repercussão quando o Mensageiro da Paz na 1ª quinzena de julho de 1946 publicou um texto da Assembleia de Deus de São Cristóvão, Rio de Janeiro, na época pastoreada pelo missionário sueco, Otto Nelson, impondo regras de vestimenta as irmãs. Dentre seus sete itens, o documento dizia que: ” Não será permitido a nenhuma irmã desta Igreja raspar sobrancelhas, cabelo solto, cortado, tingido, permanente ou outras extravagâncias de penteado, conforme usa o mundo, mas que se penteiem simplesmente como convém às que professam a Cristo como Salvador e Rei” e “se recomenda as irmãs que usem meias, especialmente as esposas dos pastores, anciãos, diáconos, professores de Escola Dominical, e dos que cantam no coro ou tocam“.
Para o pastor, o tema exige moderação e sabedoria da liderança que, em muitos arraiais, ainda confudem usos e costumes com a doutrina bíblica. “Em alguns casos e lugares continua tendo força, não só de doutrina, mas também de lei”, lamenta José Gonçalves.