O Governo Lula defende a imprensa que lhe defende. E quando preciso parte para cima até mesmo dos aliados, como é o caso da Folhaa de São Paulo.
A filósofa do partido pediu até mesmo a cabeça do responsável pela foto para se explicar.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou nota em que considera “lamentável” a imagem do presidente Lula (PT) que estampou a capa do jornal impresso da Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (19).
Na fotografia, Lula aparece atrás da vidraça de vidro trincada do Palácio do Planalto o que, segundo internautas, gerou angústia por simular que o presidente havia levado um tiro no peito.
O registro da fotojornalista Gabriela Biló causa polêmica desde ontem (18), quando fora publicado nas redes sociais com a legenda: “Lula e vidros quebrados do Palácio do Planalto . Foto feita com técnica de múltipla exposição”. Para Biló, conforme explicou em vídeo publicado pelo jornal, “a foto significa que a vida continua em Brasília”.
“O trinco do vidro e o presidente estavam a mais ou menos uns 30 metros de distância. Eu apontei a câmera pros trincos e apontei a câmera pro presidente e esperei um gestual que eu achasse que fosse interessante. Ele deu esse sorriso tímido e ajeitou a gravata. Pra mim significava ‘a vida continua’”, explicou a fotógrafa sobre o procedimento para capturar a imagem.
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Contudo, a Secom discordou do ponto de vista apresentado e disse ser “lamentável que o jornal Folha de S.Paulo tenha produzido e veiculado uma imagem não jornalística sugerindo violência contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no contexto dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro”.
Disse ainda que a imagem se trata “de uma montagem, por não retratar nenhum momento que tenha acontecido”.
Depois da repercussão da foto, Biló fez uma postagem no Instagram afirmando que “respeita o incômodo de vocês”.
“Todos os pontos de vista são válidos. Respeito todos e acho válido o debate sobre as regras nao escritas do fotojornalismo. A verdade não é uma só”, disse a fotojornalista na publicação.
O posicionamento da Secom foi alvo de críticas na internet. O advogado Andre Marsiglia denunciou o nota como “pura desinformação“.