Da Redação JM Notícia
O pastor Gean Carlos de Souza, que deixou a prisão no dia 27 de maio, quer retomar o trabalho feito com crianças, informou em entrevista ao portal G1/TO.
O pastor administrou por cinco anos três abrigos em Paraíso do Tocantins: Casa dos Meninos, Casa das Meninas dos Olhos de Deus e Casa dos Bebês. As instituições atendem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e eram mantidas pela Associação Social Ágape, ligada à Igreja Batista Ágape.
No dia 19 de maio, ele e mais dois servidores foram presos após decisão judicial embasada em uma ação civil pública. Nela, o Ministério Público Estadual (MPE) relata casos de “tortura consistente em trancamento de menores em quarto sem ventilação e sem banheiro, discriminações, privação de alimentos como forma de castigo, xingamentos, depreciação pessoal e da família natural, além de ameaças de apanhar da polícia.”
Inocente
Após ser solto, o pastor Gean Carlos concedeu entrevista ao JM Notícia, no dia 28 de maio, e afirmou que não havia nenhum motivo que ensejasse a sua prisão.
“A respeito de situações de maus tratos, estão procurando coisas que não existiam. Nós estamos tranquilos. A Casa era aberta a comunidade,” disse o pastor Gean Carlos, afirmando que o seu advogado, Dr. Marcelo Cordeiro, já está trabalhando na sua defesa junto ao Poder Judiciário.
Na ocasião, o pastor lembrou que já são cinco anos cuidando de crianças e adolescentes por meio do projeto, e disse que as acusações são totalmente infundadas, e que podem estar querendo prejudicar um projeto nacional.
Voluntário
Gean Carlos disse na ocasião, que foi voluntário desde o inicio no projeto, e que a Instituição Meninas dos Olhos de Deus, sobreviveu por três anos com o apoio financeiro da Igreja Batista Ágape, na qual ele é líder.
O pastor lembrou ao JM Notícia, que foi solto na sexta-feira, 28, por volta das 16 horas, e que a sua saída foi festejada pela comunidade espírita, católica, evangélica e pela comunidade em geral.
Advogado comenta
O advogado do pastor Gean Carlos, Dr. Marcelo Cordeiro, afirmou ao JM Notícia que o Juiz entendeu que não havia motivos para manter o pastor preso, e afirmou que foi uma injustiça a prisão do líder evangélico.
Abrigos
Mesmo com a soltura do pastor, as unidades continuam sob intervenção e são agora gerenciadas pela Prefeitura de Paraíso do Tocantins. O MPE quer que o município assuma a responsabilidade dos menores e faça a construção de uma casa de abrigo de forma adequada.
“É um conjunto de fatores que são muito graves principalmente levando em conta que são crianças e adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade social”, explicou o promotor Guilher Goseling.
Há dois processos tramitando contra os envolvidos: um sobre as condições das casas de abrigo e outro criminal, que pretende responsabilizar os suspeitos dos crimes. Apesar da investigação, o desejo do pastor é retomar o trabalho.
“Nós vamos apresentar estas razões para o juiz, demostrar que a instituição que cuida há cinco anos destas crianças têm condições de continuar cuidando”, informou o advogado de defesa, Marcelo Cordeiro.