O espetáculo teatral “Pornô Gospel”, que estreou no dia 19 de maio no Mini Auditório do Teatro Guaíra, causou revolta de segmentos cristãos e evangélicos da sociedade curitibana.Membros do grupo de teatro chegaram a registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e a reforçar a segurança durante as apresentações depois de ameaças.
A peça é uma comédia, com sátiras baseadas em fatos reais, noticiados em grandes veículos de comunicação.
Como faz uma crítica ao comportamento de pastores evangélicos na exploração da fé, na política, e faz uma associação ao lançamento de produtos eróticos exclusivos para evangélicos, o espetáculo é acusado por fiéis de generalizar e atacar a fé cristã.
O pastor Tiago Ferro, fundador do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política, no Paraná, e diretor do Conselho de Ministros Evangélicos do Estado, afirma que a chamada, o nome, e as referências a políticos evangélicos, ofendem o segmento cristão.A direção da peça esclareceu que há oito meses, quando o espetáculo começou a ser pensado, o nome “PornoGospel” já existia.É uma referência a produtos que estão no mercado de sexshop, apresentados na Erotika Fair, em São Paulo no ano passado.
Além disso, exitem filmes destinados ao público evangélico. O produtor da peça, Fernando Cardoso, afirma que todo o roteiro da comédia é baseado em fatos reais e não houve ofensa à fé das pessoas.A diretora da peça, Mariana Zanette, afirma que os temas principais são “política” e o “mau uso da fé das pessoas”.Segundo ela, todos elegeram políticos corruptos, tanto na esquerda quanto na direita, e a peça cita exemplos de exploração por meio da religião.Segundo os organizadores, a peça é totalmente independente, paga por meio de financiamentos coletivos pela internet, no site Catarse. Não há qualquer uso de recursos de leis de incentivo à cultura.
O grupo nega que tenha panfletado durante a Marcha para Jesus, ou qualquer outro ambiente relacionado à religião. Os próprios membros do grupo fizeram a divulgação das apresentações.O pastor Tiago Ferro ressaltou que não assistiu à peça, mas que pretende assistir nesta semana, para avaliar uma eventual ação judicial contra alguns pontos abordados, mas afirmou que não acredita em retirar a peça de cartaz.Além do boletim de ocorrência, o grupo de teatro pretende processar pessoas que tenham difamado a peça com mentiras.O espetáculo está em cartaz no Teatro Guaíra, em Curitiba, até o dia 5 de junho.
Com informações Paraná Portal