O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) pode marcar para a próxima semana a sabatina com o advogado André Mendonça, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Jair Bolsonaro.
Há quatro meses que a indicação está engavetada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que tem Alcolumbre como presidente, gerando uma crise política entre o senador do Amapá e políticos da base do presidente.
A demora para marcar a sabatina foi uma estratégia política do parlamentar que quis mostrar sua oposição ao presidente.
Pressionado, Alcolumbre resolveu realizar seu trabalho. “Há quatro meses, sou o grande responsável por não fazer a sabatina de um indicado”, lamentou ele dizendo que há outras nove indicações pendentes na CCJ.
“Chegaram ao cúmulo de levantar a questão religiosa sobre a sabatina de uma autoridade na CCJ, que nunca teve o critério religioso. Minha origem é judaica. Um judeu perseguindo um evangélico? O Estado brasileiro é laico. Está na Constituição”, disse ele comentando uma fala do deputado federal Cezinha de Madureira.
Alcolumbre fez circular entre aliados políticos que tinha a intenção de segurar o agendamento da sabatina até 2023, quando é possível que a formação do Senado seja diferente da atual, visto que 1/3 dos senadores terá o mandato encerrado em fevereiro daquele ano.
Mas com tanta pressão ele resolveu mudar de plano. “Vou seguir integralmente a decisão do presidente Rodrigo Pacheco de, no esforço concentrado, com o quórum adequado, fazermos a sabatina de todas as autoridades que estão indicadas na comissão”.
As informações são do Correio Braziliense.