Por Pastor Richardson Melo
Vivemos um momento histórico que muito se aproxima dos tempos do ministério de JESUS na terra, principalmente no que se refere às decisões que tomamos quando escolhemos em quê referencial/modelo ou exemplo de líder usamos para guiar nossas vidas. “Cristo ou Barrabás? ” Gritava Pilatos, exigindo do povo uma decisão imediata. Essa decisão, embora pareça fácil hoje, fica nublada diante de realidades tão parecidas com as que vemos nos últimos anos. Quem era Barrabás e quem era Jesus?
A pergunta parece néscia diante dos dados históricos, mas o que se percebe na história bíblica é que ambos eram israelitas, ambos defendiam ideais, ambos tinham seus seguidores, ambos buscavam a libertação de seu povo e, ambos, levantavam bandeiras.
Barrabás era o típico retrato do antropocentrismo, do humanismo, do “vamos fazer nossa própria revolução”. Barrabás era o retrato vivido do pensamento hedonista que fetichiza o outro, o impulsionando a fazer aquilo que seu grupo almeja. Esses personagens são amados, reverenciados e seguidos pela grande multidão, pois seu discurso vibra os tímpanos dos incautos que buscam a “liberdade” vendida por eles.
Alguns pregadores hoje se encaixam, perfeitamente, no perfil de Barrabás (os coaching, os teólogos da prosperidade, os pastores neófitos formados em fornos pré-cozidos etc.), isso porque seu discurso é muito sedutor e egocêntrico. O Pastor Barrabás é amado pela multidão, pois diz o que agrada, coisas como: Você vai vencer! Você é o centro! Você vai conquistar! Você é um deus! O Ap. Predo já alertava sobre esses tais (2 Pe. 2.1).
Esses Prs. Barrabás, são reverenciados em muitos púlpitos de igrejas, são aquele líder alegórico que pertence a uma denominação e que acende a chama da pureza religiosa, trazendo como consequência eventos catastróficos para a sociedade. Esse Barrabás prega o discurso que inflama a alma do ouvinte, comove os frágeis e incita a divisão, o preconceito e o caos, MAS, sempre termina livre, são e salvo celebrando os despojos de sua religião.
A metáfora de Barrabás encontra terreno fértil em nossos dias, posto que a divisão de classes, a opressão aos necessitados e a dominação de um sistema de governo (Israel vivia esse julgo pelos romanos) se torna fértil plataforma de pregação para esses Barrabás incitarem o povo a escolher eles ao invés de JESUS. Isso porque, o primeiro propaga um estilo de vida imediatista, etéreo, terreno, da conquista puramente materialista, enquanto o segundo, JESUS, não é agradável, não é legal, não se encaixa em nenhum sistema político-religioso que conhecemos.
É o tipo de pastor que jamais seria escolhido pela multidão, porque prega a renúncia da prepotência humana, prega a unidade dos povos, prega que todos são iguais diante de Deus e não a divisão movida por interesses ufanistas. O pregador que encarna a mensagem desse JESUS está destinado a cruz e seus seguidos… celebram o mesmo fim. Esse pregador não vê uma denominação religiosa, como Barrabás que defendia um partido reacionário, mas sim um reino eterno destinado a todos.
Por fim, esse pregador está cada vez mais raro, mais difícil de se ouvir por aí, como também discípulos, que aliás, se resumem a uns poucos doze e que, dificilmente, teriam espaço na maioria das mega/grandes/pequenas denominações que preferem ouvir Barrabás a esse tal de JESUS.
Richardson Carvalho Melo, servo de Cristo, pastor e professor de educação básica. Formado em Letras com mestrado em Linguística Aplicada.
Trago em mim algumas marcas de Cristo.