A ONU Mulheres é um setor da Organização das Nações Unidas que serve para debater e promover melhores condições para mulheres de todo o mundo.
Acontece que a promoção da linguagem neutra e a busca por agregar não-binários e intersexuais tem feito o setor eliminar os termos “mulheres e homens”, ação que está sendo bastante criticada.
Os materiais educacionais publicados pelo setor estão excluindo palavras como “mulher” e “feminino”. O texto diz que “identidades de gênero diversas sempre existiram em todas as culturas” e o uso de palavras como “masculino ou feminino” exclui pessoas não binárias ou intersexuais que não se enquadram nessas categorias.
A ONU Mulheres afirma ainda que sexo, gênero, identidade de gênero e expressão de gênero existem de forma independente, referindo-se à “pessoa de gênero”, um diagrama que afirma que a identidade de gênero está associada ao cérebro (algo que carece de base científica), enquanto o sexo está relacionado apenas aos órgãos genitais (algo que a ciência confirma sem variações).
Entidade recebe críticas
A ação não está sendo bem recebida pelas mulheres, incluindo ativistas femininas que contestam a exclusão do termo “mulher” em uma entidade que defende as mulheres.
“Uma organização não pode reivindicar a defesa das mulheres se não puder definir o que é uma mulher”, disse Lauren Adams, diretora jurídica da Frente de Libertação das Mulheres, uma organização ativista feminista com foco no avanço das mulheres biológicas que luta ativamente contra a dessegregação dos esportes femininos, banheiros e vestiários.
“É um abandono de funções fingir que as palavras mulheres e meninas incluem homens. Esse tipo de defesa faz com que a ONU Mulheres pareça uma organização pouco séria”, continua a ativista.
Para Kara Dansky, da Campanha de Direitos Humanos das Mulheres, não tem lógica a ONU Mulheres deixar de usar os termos corretos. “A identidade de gênero está literalmente ameaçando apagar as mulheres e meninas como uma categoria significativa… na linguagem e na lei”.