Pastores Batistas lançam manifesto a favor do Brasil: “lutaremos por um país que não aceite, nem tolere a corrupção”

Da Redação JM Notícia

Manifesto foi lançado durante 96ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira que aconteceu em Santos(SP). Foto:Reprodução/BatistasnoTocantins

Muitos líderes evangélicos têm se posicionado sobre  a atual situação da nação e o papel da Igreja diante do cenário de anseios e mudanças que toma conta do país. Não indiferente a isto, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), entidade que congrega milhares de pastores batistas do país, emitiu um Manifesto que visa conscientizar seus liderados nas inúmeras Igrejas espalhadas pelo País. O documento foi assinado no dia 14 de abril, por ocasião da 96ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira na cidade de Santos-SP.

Líderes Batistas do Tocantins que participaram da Assembleia em Santos. Foto: Reprodução/BatistasnoTocantins

No documento, os pastores revelam o sentimento de total repúdio com o atual caos causado pela corrupção no país. “Repudiamos toda e qualquer forma de abuso de poder, que permita que a generalização da corrupção e seus escrúpulos éticos, tornem-se  raros no seio da sociedade e tomem conta dos vários segmentos sociais e do inconsciente coletivo da sociedade brasileira, destacando-se que neste contexto a corrupção se aplica ao depositário da confiança e ao que instiga ou aceita a fraude”.

O manifesto ressalta de maneira clara o apoio da Igreja Batista no país as medidas anticorrupção lançadas pelo Ministério Público Federal(As Dez Medidas de Combate a Corrupção), critica a tolerância existente ao crime institucionalizado e diz que esse “descortinamento da corrupção de forma jamais vista, está se abrindo uma janela de oportunidade histórica, para que as mudanças necessárias e significativas possam ser promovidas”.

Os líderes finalizam convocando a todos, as entidades, a sociedade civil organizada, e a sociedade em geral, para que se unam, mesmo com as muitas vozes, visando o efetivo encaminhamento de reformas necessárias e adequadas à transformação do Brasil.

 

Confira na íntegra:

MANIFESTO DA ORDEM DOS PASTORES BATISTAS DO BRASIL – SANTOS 2016

“Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal.” ‭‭Ecl. ‭8:11‬ ‭NVI‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬

Os pastores batistas brasileiros filiados à Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, reunidos na cidade de Santos-SP, em sua assembleia anual, entendendo que seu papel é conscientizar seus liderados nas inúmeras Igrejas espalhadas pelo País, vem a público manifestar seus pensamentos, sentimentos e compromissos, referente à atual conjuntura ética brasileira, sendo eles:

1. A natureza contraproducente das práticas aéticas, se manifesta e se prolifera de maneira muito diversa e comprometedora, sendo prejudicial à formação do senso de moralidade e de justiça do povo brasileiro;

2. Repudiamos toda e qualquer forma de abuso de poder, que permita que a generalização da corrupção e seus escrúpulos éticos, tornem-se  raros no seio da sociedade e tomem conta dos vários segmentos sociais e do inconsciente coletivo da sociedade brasileira, destacando-se que neste contexto a corrupção se aplica ao depositário da confiança e ao que instiga ou aceita a fraude;

3. As Dez Medidas de Combate a Corrupção, apresentadas recentemente ao Congresso pela sociedade civil organizada, visam atuar nas ausências e nos excessos de leis, sendo apenas o primeiro e um dos mais importantes passos, diante da emergencialidade da necessidade de reformas;

4. Manifestamos publicamente nossa indignação com a dimensão da corrupção que sangra nosso país, sem apego nenhum ao ser humano, cujos direitos devem ser plenamente preservados. Opomo-nos firmemente às práticas corruptas e às nefastas consequências que as mesmas geram sobre a sociedade, inclusive em seus serviços essenciais como educação, saúde e segurança;

5. Repudiamos toda tolerância existente ao crime institucionalizado, que adquiriu contornos marcantes, diferenciado do crime organizado convencional, merecendo urgente atenção não apenas das autoridades policiais mas do Ministério Público e do Judiciário Brasileiro, sobretudo, da imprensa e da sociedade, bem como, de cada cidadão brasileiro, pois sua sedimentação tem a capacidade de minar as possibilidades de desenvolvimento nacional; esse novo flagelo utiliza-se da plataforma oficial dos três poderes constituídos;

6. Entendemos ainda que, com o descortinamento da corrupção de forma jamais vista, está se abrindo uma janela de oportunidade histórica, para que as mudanças necessárias e significativas possam ser promovidas;

7. Conclamamos a todos, as entidades, a sociedade civil organizada, e a sociedade em geral, para que se unam, mesmo com as muitas vozes, visando o efetivo encaminhamento de reformas necessárias e adequadas à transformação do Brasil que desejamos;

8. Declaramos nosso anseio por reformas que mudem o sistema jurídico e político, fechando as brechas que permitem a corrupção e pelas quais os agentes corruptos ativos e passivos alcançam impunidade. Neste sentido, repudiamos o foro privilegiado, que pode promover a proteção de agentes corruptore e, portanto,  lutaremos por um país que não aceite, nem tolere a corrupção.

9. Conclamamos o Congresso Nacional, nossos representantes eleitos, para que promovam as alterações estruturais e sistêmicas necessárias para prevenir e reprimir a corrupção de modo adequado, aprovando, dentre outras Leis, àquela que abranja e contemple as Dez Medidas Contra a Corrupção e a Impunidade,  propostas pelo Ministério Público Federal e pela Sociedade Civil Organizada;

10. Renovamos nosso compromisso de nos manifestarmos e agirmos, hoje, para que essa janela de oportunidades seja aproveitada do modo mais amplo e democrático possível, a fim de que a fortuna desviada anualmente em decorrência da corrupção no Brasil, possa ser empregada para melhorar as condições de desenvolvimento econômico e social, em proveito de todo brasileiro.

11. Manifestamos também, nosso apoio ao trabalho daqueles que, no Ministério Público Federal, na Polícia, no Judiciário e em outros órgãos, estão atuando para promover a justa responsabilização daqueles que cometem tais crimes e busquem o ressarcimento à sociedade, no caso Lava Jato e em outros casos no país.

Por fim, frente a este triste cenário, nós pastores batistas brasileiros, reunidos em Santos-SP, em nosso Congresso Anual, nos propomos a envidar todos os esforços necessários à construção de uma sociedade mais justa e melhor, através do exemplo e serviço, bem como conclamamos a todos os cidadãos a se unirem a nós neste esforço.

Que Deus abençoe nosso querido Brasil,

Santos, 14 de abril de 2016

A comissão:

Carlos Elias de Souza Santos

Jorge de Oliveira Bezerra

Dejalmir  Waldhelm

Genilson Vaz

Hilquias da Anunciação Paim