No Paquistão, mais de 20 mil olarias empregam cerca de 4,5 milhões de pessoas em condições de escravidão, apesar da proibição legal do país ao trabalho forçado. Esta prática continua a ser ignorada pelos políticos que são frequentemente subornados pelos proprietários de padarias.
Os trabalhadores nestes países incluem, na sua maioria, minorias religiosas que representam apenas 5% da população do Paquistão, sendo os cristãos uma parte significativa desta força de trabalho escravizada. A Christian Aid Mission estima que 1,9 por cento da população do Paquistão é cristã e, nas padarias, estas minorias religiosas representam cerca de 50 por cento dos trabalhadores. Em alguns casos, para cada 100 trabalhadores de padaria, 80 são cristãos.
Segundo a China Aid, estas olarias são essenciais para a infra-estrutura do país, já que quase todos os edifícios no Paquistão são feitos de tijolos. Como resultado, gerações inteiras de famílias são escravizadas e trabalham desesperadamente por um futuro melhor.
Muitos trabalhadores ficam presos neste sistema ao aceitarem empréstimos dos proprietários dos fornos, que impõem dívidas com multas quase impossíveis de pagar à população necessitada, criando um ciclo interminável de escravidão. Lord David Alton, co-presidente do Grupo Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido sobre as Minorias Paquistanesas, disse que esta escravatura moderna enriqueceu os proprietários de olarias, escondendo a sua riqueza à custa dos trabalhadores pobres e vulneráveis.
Os trabalhadores, que produzem cerca de 1.000 tijolos por dia, são constantemente vítimas de abusos, especialmente mulheres e crianças. As mulheres são frequentemente violadas pelos donos de padarias, vendidas para casamentos forçados ou transformadas em prostituição.
Muitas crianças nascem neste ambiente e nunca conhecem outra vida, com alguns relatórios estimando que mais de metade dos trabalhadores em alguns fornos têm menos de 10 anos. Os missionários da Christian Aid trabalham nas paredes para proporcionar melhores oportunidades de vida às famílias escravizadas.
Estes missionários fornecem refeições e educação numa escola local, onde 225 crianças da multidão, algumas delas órfãs, frequentam gratuitamente. Além disso, outros missionários distribuem Bíblias e material escolar e dão aulas bíblicas.
Um funcionário do ministério relatou uma transformação inspiradora na comunidade, especialmente entre as famílias maçónicas, impulsionada pela influência do Evangelho e pela promoção da educação.
A consciência da importância da educação cresceu na comunidade, graças ao esforço persistente dos missionários. As famílias começam a libertar-se das restrições históricas, permitindo que os seus filhos sonhem e imaginem um futuro melhor. Esta transformação é a prova do poder do Evangelho para mudar vidas.
Embora a situação dos trabalhadores escravos ainda esteja longe de ser resolvida, a esperança trazida por Cristo através dos missionários está fazendo a diferença.