MPE e DPE fazem vistorias em hospitais infantis de Palmas e verificam supostas negligências no atendimento
Da Redação JM Notícia
Representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública Estadual (DPE) estiveram, nesta quarta-feira, 02, no Hospital Infantil de Palmas (HIP), verificando as condições de atendimento das crianças, abastecimento de medicamentos, quadro de profissionais, entre outros assuntos relativos à saúde pública.
De acordo com Leiliani Alves da Silva, diretora-geral da Unidade, todos os cinco cirurgiões pediátricos que atuam no Tocantins fazem escala no HIP, mas a demanda de pacientes ainda é grande, havendo necessidade de contratações.
A diretoria do hospital recebeu a diligência dos órgãos de controle e apresentou informações sobre a atual situação no hospital, tendo em vista a greve dos profissionais da enfermagem. Leiliani informou que o HIP está lotado e os principais problemas hoje verificados são a greve dos enfermeiros e a falta de cirurgiões pediátricos para fechar as escalas. A diretoria do hospital confirmou que as Comissões de Ética do hospital não estão funcionado, e que não existe interesse, por parte dos servidores públicos, em compor esta Comissão.
A Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery solicitou a cópia do prontuário de uma criança que teve parte do intestino retirado depois do agravamento do seu quadro clínico, devido a uma suposta negligência no atendimento.
Dona Regina
Já na manhã desta quinta-feira, 03, técnicos da 27ª Promotoria de Justiça da Capital acompanharam Maria Roseli em vistoria no Hospital e Maternidade Dona Regina. O diretor administrativo da unidade, Giovani Padão Merenda, apresentou dados contestando denúncias de aumento do número de óbitos no hospital.
De acordo com o diretor, em janeiro deste ano foram registradas 21 mortes, sendo 9 óbitos fetais e 12 óbitos infantis, que é quando o bebê chega a nascer com vida. Em 2015, o número de óbitos no mesmo período foi de 19 casos.
O cenário se repete no mês de fevereiro. Em 2016, foram 11 mortes contra 16 registradas no ano anterior. As principais causas dos óbitos foram: prematuridade extrema e sepse neonatal, síndrome clínica caracterizada por sinais e sintomas no primeiro mês de vida, com resposta multiorgânica.
“O fato de os óbitos fetais e neonatais ocorridos neste ano serem inferiores aos do ano passado não significa que o processo de trabalho no âmbito do HMDR esteja plenamente satisfatório. Recente auditoria realizada pelo DENASUS detectou inúmeras irregularidades no atendimento das gestantes e crianças. Outro problema grave é o encaminhamento de gestantes que deveriam ser atendidas em outros hospitais integrantes da rede hospitalar, agravado pelo fato de falhas no pré-natal, situações que podem contribuir para os óbitos e morbidades”, declarou.
Diversas informações foram requisitadas pela Promotora de Justiça para subsidiar a audiência que será realizada em abril, na Justiça Federal, referente à Ação Civil Pública da Gestão Hospitalar.
Ascom