O comportamento do jovem cristão infelizmente não tem sido muito diferente do comportamento no não cristão. Na verdade, para tristeza e vergonha da igreja, uma enorme quantidade de jovens evangélicos tem desenvolvido o péssimo hábito de “ficar” com alguém, sem que isso necessariamente signifique comprometimento relacional e afetivo.
Os que agem desta forma acreditam que “ficar” é o primeiro passo para conhecer uma pessoa ou para começar um relacionamento e que o jovem para evitar decepções deve ficar quem lhe despertou o coração.
Isto posto, gostaria de elencar pelo menos três motivos pelos quais os jovens não devem ficar:
1- Ninguém tem o direito de instrumentalizar ou usar quem quer que seja para o seu próprio prazer.
Em um mundo egoísta e cada vez mais hedonista como o nosso, tornou-se absolutamente comum vislumbrarmos nas relações interpessoais a instrumentalização da vida, onde boa parte das pessoas no desejo de terem os seus sonhos e devaneios realizados, manipulam outras pessoas na vontade de experimentarem a tão sonhada satisfação pessoal.
2- Ninguém possui o direito de usar pessoas descartando-as na lata do lixo quanto estas não lhes servem mais.
Infelizmente, em nome do “amor”, não são poucos aqueles que têm tomado posse do famoso bordão popular: “fazemos qualquer negócio”. A conseqüência direta disso é a coisificação do ser humano, onde pessoas tornam-se objetos descartáveis, prontas a serem jogadas no lixo quando por algum motivo não prestam mais.
3- Ninguém tem o direito de defraudar o irmão induzindo-o ao pecado bem como ao despertamento sexual fora do casamento.
A “ficação” aflora a sexualidade. Numa relação sem compromisso, não existe respeito, limites ou consideração onde o que importa no final das contas é o desfrute do prazer.
4- Geralmente alguém se machuca em relacionamentos deste nipe.
Como pastor tenho testemunhado inúmeros casos de moças e rapazes que se apaixonaram pelos seus “ficantes” e não foram correspondidos. Após o fim da “ficação” enquanto um sai para outro “peguete”, outro chora a dor de sem reservas ter se entregado, sem contudo ter sido amado.
5- A “ficação” não glorifica a Deus.
Num relacionamento cujo foco não é a glória de Deus e sim a satisfação humana, onde o que importa é a satisfação pessoal, relaciona-se com o ficante pelo prazer e não pela alegria de glorificar ao Senhor num namoro santo cujo objetivo final é o casamento.
Pense nisso!
Renato Vargens é Pastor, conferencista, tendo já pregado o evangelho em países da América do Sul, Norte, Caribe, África e Europa. É plantador de Igrejas e escritor com 24 livros publicados em língua portuguesa e 1 em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes, editor do site www.renatovargens.com.br e pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói.