Redação JM Notícia
A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro a pagar R$ 200 mil de indenização a um pastor que foi induzido a fazer vasectomia para poder ser consagrado ao ministério pastoral.
O autor da ação declarou que trabalhou pro aproximadamente seis anos para a Igreja Universal sem registro em carteira e foi dispensado sem motivo justo. Ainda segundo ele, antes de ser consagrado a pastor precisou passar por uma rigorosa avaliação moral, financeira e ainda teve que se submeter à vasectomia, tendo ele 28 anos e sendo solteiro.
A IURD declarou que o autor do processo foi ungido a pastor aos 22 anos e que só operou aos 28. Disse também que o ministério pastoral é por vocação, não tem vínculo empregatício.
Duas testemunhas foram chamadas pelo ex-pastor e uma pela denominação e elas confirmaram que, de fato, a igreja orienta os pastores a passarem pela vasectomia. Uma delas chegou a dizer que se negar a fazer o procedimento pode reduzir a possibilidade de promoção ou ainda acarretar a uma transferência para um local indesejado.
A juíza do Trabalho Glaucia Alves Gomes, atualmente titular da 7ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro (VT/RJ), em exercício na 71ª VT/RJ, entendeu que incentivo à realização de esterilização é inaceitável e que viola princípios básicos de qualquer ser humano.
A magistrada cita ainda outros processos sobre este mesmo assunto já julgados em outros tribunais pelo país, sendo assim, não lhe restou dúvidas de que a igreja cometeu um ato ilícito e que o ex-pastor foi lesado.
Além de pedir a indenização por danos morais, a juíza reconheceu o vínculo empregatício do pastor com a denominação, condenando a instituição a pagar as verbas devidas.