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Trabalhadores da beleza se reinventam com atendimento delivery

O segmento de delivery foi um dos que mais cresceram em 2020. E a tendência é um crescimento ainda maior em 2021. Um levantamento feito pela empresa Statista, especializada em números de mercado e consumidores, demonstrou que o Brasil é o país que mais utilizou este serviço na América Latina. Já um estudo realizado pela Mobilis, os gastos com aplicativos de entregas cresceram quase 150% durante a pandemia.

No entanto, o setor de delivery não representa apenas a entrega de bebidas e comidas. Outros nichos migraram para esta alternativa como forma de sobrevivência. O que pouca gente sabe é que, entre os mercados que mais estão utilizaram esta ferramenta são os salões de beleza e os profissionais autônomos de barbearia.

Este é o caso de Luiz Eduardo da Silva, barbeiro do Ipiranga, zona sul de São Paulo que começou a atender seus clientes em seus domicílios. O barbeiro, que também faz entrega de pizzas à noite, usa o período diurno para cortar o cabelo de quem o aciona pelo Whatsapp. “Comecei a prestar este serviço porque meu salão inundou com uma enchente na região. De lá para cá só atendo desta maneira”, comentou Silva. O profissional atende várias regiões, da Vila Olimpia às comunidades carentes. Ele recebe o pedido via aplicativo e vai de moto ao local combinado, munido com sua maleta de barbearia.

O exemplo do barbeiro foi seguido por muitos profissionais do setor de beleza. Se por um lado, mais de 370 mil salões foram fechados no prazo de um ano, por outro, muitos profissionais e salões se reinventaram e também entraram na onda do delivery.

De a acordo com a professora em gestão de negócios e especialista no segmento de beleza, Dani Venâncio, a iniciativa auxiliou muito os profissionais a se manterem, mas também fez com que o setor repensasse o modelo de negócios. “É importante que os estabelecimentos como os salões de beleza criem alternativas para atender essa demanda. Todavia é preciso estar atento com a relação custo X gasto”, alerta ela que complementa, “se o profissional não tiver um planejamento adequado sobre sua agenda, tipos de serviços e custos de operação, pode acabar tendo prejuízo!”.

Outro ponto importante salientado pela especialista é a forma de atendimento. “Uma coisa é receber o cliente no salão, outra é entrar na casa dos clientes. Isso exige muito profissionalismo. É necessário se apresentar adequadamente com uniforme, portar todos os equipamentos de segurança com relação à pandemia, além de manter uma postura profissional de atendimento, procurar atender clientes que estejam próximos geograficamente para não perder muito tempo com o transporte, até detalhes como levar sua própria água, entre outros”, ressalta Dani, que acredita que este serviço veio, de fato, para ficar.

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