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Tiago Rosas critica CGADB após alerta sobre o Grupo Voz da Verdade: “Não é razoável”

O evangelista Tiago Rosas,  da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook, usuou as suas redes sociais para disparar critícas a CGADB, por fazer alerta contra às igreja Unicistas, entre elas, o Grupo Voz da Verdade. Segundo Rosas, na Harpa Cristã  há hinos que foram escritos e hoje são praticamente hinos oficiais das Assembleias de Deus que foram escritos por escritora que frequentava igreja que negava a Trindade. Logo em seguida ele questiona: “Seria razoável propor censura a esse hino em nossos cultos”.

Não é razoável

Para o comentarista Tiago Rosas, não é razoável proibir ou desaconselhar a reprodução de hinos do grupo Voz da Verdade, que é unicista e ele alega que muitos cristãos já foram e ainda são consolados e fortalecidos cantando “Além do rio azul”, “Sou um milagre” ou “Escudo”.

Em vão

Ainda de acordo com Tiago Rosas, essas proibições de hinos de grupos unicistas vez por outra voltam à mesa (ou ao púlpito). O tempo, porém, cuida de provar que é esforço debalde.

Entenda

 

Um manifesto contra o unicismo, foi aprovado duante a realização da 46ª Assembleia Geral Ordinária (AGO), da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil, realizada em Novo Hamburgo (RS), nos dias 28 de abril e 1º de maio. Segundo a CGADB, o manifesto foi elaborado pelo Conselho de Doutrina e a Comissão de Apologética.

De acordo com o orgão assembleiano, o manifesto ressalta a doutrina da Trindade e destaca o seu caráter contra o UNICISMO defendido por alguns segmentos Unicismo, principalmente os líderes do Conjunto Voz da Verdade, Tabernáculo da Fé, Testemunhas de Yehoshua, Igreja Local, em outros.

 

Ainda de acordo com o manifesto, os líderes do conjunto Voz da Verdade consideram que a Doutrina da Trindade é algo “forjado pelo homem” e sem nenhum valor bíblico.

Confira

 

Temos na Harpa Cristã um hino produzido por uma compositora unitarista (que, como o unicismo, não crê na Trindade)¹. É o belíssimo hino 187 – “Mais perto quero estar”, de Sara Fuller Adams² (séc. 19). Mas a despeito das inclinações teológicas dessa compositora que, diga-se, não estão refletidas no hino em questão, o hino “Mais perto quero estar” tem sido cantado com muita devoção por cristãos piedosos e genuínos em todo mundo. Certamente é o seu caso.
Seria razoável propor a exclusão desse hino da Harpa Cristã, hinário oficial das igrejas Assembleias de Deus brasileiras? Seria razoável propor censura a esse hino em nossos cultos, devido a filiação de sua compositora a uma igreja que negava a Trindade, mesmo que tal hino não deponha contra tão crucial doutrina? A mim parece que não, como também não me parece nem um pouco razoável proibir ou desaconselhar a reprodução de hinos do grupo Voz da Verdade, que é unicista. Quantos não já foram e ainda são consolados e fortalecidos cantando “Além do rio azul”, “Sou um milagre” ou “Escudo”? Muitos até já foram batizados no Espírito Santo ao som desses louvores! Experimentaram um verdadeiro reteté! (Parece que essa expressão foi redimida recentemente, então tomo a liberdade de usá-la aqui). Outros, ironicamente, já foram batizados nas águas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, enquanto um solista cantava uma dessas canções. Aliás, eu imagino que se fizéssemos um levantamento de todos os compositores da nossa hinódia cristã (não só a congregacional), encontraríamos não poucos casos semelhantes a esse, de autores que não comungavam em tudo com a ortodoxia, mas que legaram à cristandade preciosas composições. A discussão técnica e teológica pode se estender demasiadamente, mas penso que de Paulo vem uma regrinha básica que cabe aqui: “Examinai tudo, retende o que for bom” (1Ts 5.21). Eu rejeito levar Balaão para pregar na minha igreja e recuso peremptoriamente sua doutrina; mas não posso recusar o fato de que Balaão, sob impulso divino, profetizou coisas verdadeiras sobre Israel e o Messias. Aliás, para quem é meio desligado, devo lembrar que foi Balaão quem disse aquele versículo que nós gostamos tanto: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa”. Está escrito! (Nm 23.19).
Essas proibições de hinos de grupos unicistas vez por outra voltam à mesa (ou ao púlpito). O tempo, porém, cuida de provar que é esforço debalde. Se bem que eu acho que tem uns hinos triunfalistas, antropocêntricos e melodramáticos por aí, inclusive de compositores ortodoxos, que, esses sim, mereciam ser riscados do culto congregacional! Mas isso é outra história… (pra não falar de composições feitas por descrentes e desviados, que nós cantamos com muito gosto, sem saber ou sabendo).
– Tiago Rosas
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¹ O unitarismo diz que Deus é uma pessoa só, o Pai. Segundo essa doutrina, Jesus é um homem criado por Deus e colocado em posição de domínio sobre os demais seres, mas não é Deus como o Pai; e o Espírito Santo não existe como pessoa distinta do Pai e do Filho, antes seria apenas uma referência ao próprio Pai agindo com poder. Entre os unitarios estão as Testemunhas de Jeová, como o grupo mais representativo. Já o unicismo diz que Deus é uma pessoa só que se manifesta com três identidades diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. Não existe, segundo essa doutrina, distinção de pessoas, mas apenas de formas de manifestação de uma única e mesma pessoa. Dito de forma simplória: Jesus é o Pai e é o Espírito Santo ao mesmo tempo. Entre os unicistas, no Brasil o grupo mais popular é o Voz da Verdade.
² Fonte: A história dos hinos que amamos [que amamos! destaque meu], de Silas Daniel, publicado pela CPAD [que é Casa Publicadora das Assembleias de Deus, destaque meu], pág. 102. O hino em português passou por adaptações de João Gomes da Rocha, crente congregacional cujas iniciais aparecem na Harpa Cristã.
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