O diretor de Advocacy e Relações Institucionais da Visão Mundial, Welinton Pereira, afirmou que as igrejas tiveram um papel fundamental em ajudar as vítimas da pandemia no Brasil, em especial em localidades mais distantes, como na Amazônia.
“Sem as igrejas e os líderes religiosos, a tragédia com certeza teria sido maior. Foram muito importantes para amenizar o sofrimento do povo”. A declaração foi dada durante um evento virtual da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a Religiões pela Paz (RfP). O encontro, realizado no final de outubro, discutiu as consequências do fechamento dos locais de culto no mundo todo durante a crise do novo coronavírus.
Além do diretor da Visão Mundial, participaram do encontro Raymond Perrier, diretor do Centro Denis Hurley, na África do Sul; Mukunda Madhava Das, vice-presidente da Sociedade Internacional para a Consciência Krishna (ISKCON), na Índia; Chris Kazadi Lupemba, presidente da Rede Inter-Religiosa da Juventude da República Democrática do Congo e presidente Honorário da Religiões para a Paz Bahá’í; e Sally Smith, consultora sénior da equipe EPI-WIN da OMS na Suíça.
No encontro, os especialistas discutiram como, ao longo da história, líderes religiosos, organizações religiosas e comunidades religiosas em todos os níveis vêm desempenhando um papel de impacto positivo na preparação e resposta a emergências de saúde e, em muitos lugares, na prestação contínua de serviços de saúde.
A pandemia da Covid-19 ampliou o importante papel que os parceiros religiosos, como líderes comunitários de confiança, desempenham na mobilização de ações lideradas pela comunidade para proteger, cuidar e defender pessoas marginalizadas ou vulneráveis, compartilhar informações de saúde críticas, precisas e personalizadas, além de fornecer cuidado espiritual, orientação e apoio em tempos de crise e incerteza.
Welinton relembrou, por exemplo, como o papel da Visão Mundial no Amazonas, um dos estados mais afetados pelo vírus, foi essencial para milhares de famílias. “Ao todo, no Brasil, foram mais de 600 mil mortes, um dos números mais elevados do mundo. É uma situação muito grave, mas a sociedade brasileira se envolveu na resposta à crise. Como organização cristã, iniciamos uma mobilização de pessoas e líderes para que, a partir de suas comunidades locais, pudessem ajudar quem sofria”.
Ainda de acordo com o diretor da organização, o trabalho das instituições religiosas possibilitou conectar muitas organizações que antes estavam afastadas ou divididas. “Após muito trabalho, conseguimos superar a crise e, agora, temos muitas lições aprendidas. A experiência também permitiu que líderes de igrejas que nunca se viram ou não se conheciam pudessem sentar à mesma mesa para ajudar as pessoas, compreendendo mais a fundo que as diferenças de fé que existem entre eles são muito pequenas diante da necessidade do povo brasileiro. E, mesmo agora com a pandemia sob controle, continuam trabalhando juntos a partir de sua realidade local”, diz.