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Procuradores atacam ‘falsa reforma política’ que será votada na Câmara

Da Redação JM Notícia

Os procuradores da República Carlos Fernando dos Santos Lima e Deltan Dallagnol gravaram um vídeo contra a PEC da reforma política.  Na explicação dos procuradores, que trabalham na força-tarefa da Operação Lava Jato, trata-se de uma “falsa reforma política” que irá fazer com que “velhos políticos se agarrem ao Poder”.

Entre os pontos questionados pelos procuradores é a criação do fundo partidário de R$ 3,6 bilhões que sairão dos cofres públicos para financiar a campanhas eleitorais.

“Eles pretendem tirar dinheiro do seu bolso, 3,6 bilhões, para colocar no saco sem fundo dos partidos políticos”, declarou o procurado Carlos. “Eles não pretendem campanhas mais baratas, eles querem o distritão onde velhos caciques vão se reelegendo”, completou.

O distritão é o fim da proporcionalidade partidária que garante que candidatos com menos votos se elejam por conta dos votos que o partido recebeu. Se aprovada, a nova reforma política permitirá que apenas os mais votados assumam seus cargos.

“Eles estão usando duas estratégias: primeiro ampliar o fundo partidário, o dinheiro que sai do seu bolso para a política, de R$ 700 milhões para R$ 3,6 bilhões. Esse dinheiro vai ficar na mão dos caciques partidários, que vão distribuir para aqueles mesmos velhos conhecidos políticos, muitos deles corruptos, para ajudar a chance deles se reelegerem”, declarou Dellagnol.

Para o procurador que tenta acabar com a corrupção sistemática na política, a permanência desses políticos no poder impedirá que eles sejam punidos por seus crimes, uma vez que não perderão o foro privilegiado.

“Vejam que um terço de parlamentares são objeto de investigação no Supremo Tribunal Federal. Para muitos deles, perder o mandato significa perder o foro privilegiado e, com isso, ter um grande risco de ir para a cadeia”, completou.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) 77 da reforma política já foi aprovada na Comissão Especial e deve ser discutida no plenário da Câmara no final desta quarta-feira e há grandes chances do projeto ser aprovado.

 

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