Trezentos quilos de peixe Tambatinga serão doados para 60 famílias em vulnerabilidade social de alunos da Escola de Tempo Integral Fidêncio Bogo, localizada na região de Taquaruçu Grande. A previsão é de que as famílias já selecionadas e acompanhadas pela gestão da unidade escolar recebam o alimento até o final desta semana. Os peixes cultivados em uma área experimental na região Sul de Palmas foram retirados na última sexta-feira, 25, de seis tanques escavados, e posteriormente tratados e congelados.
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O processo de despesca envolveu servidores da Prefeitura de Palmas e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A pesquisa é conduzida pela Embrapa, Universidade Estadual do Tocantins por meio Diretoria de Pesquisa Agropecuária (Unitins-Agro) e Secretaria de Desenvolvimento Rural de Palmas (Seder). A atuação direta é feita pelo agrônomo Raimundo Rocha, da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca, pela engenheira de Aquicultura da Seder, Maíra Zambonato Dorneles e acompanhamento operacional do profissional terceirizado Sérgio Reis Pereira Dias Alves.
Os resultados estavam previstos para serem apresentados presencialmente durante a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins) 2020, mas em decorrência da pandemia ocorrerá na versão virtual, de 27 a 29 de maio.
As estratégias sobre o funcionamento da versão virtual ainda estão em processo de definição pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) do Tocantins. Portanto ainda não está definido se os resultados dessa pesquisa farão parte do quadro de atrações da Agrotins 2020.
Crescimento satisfatório
De acordo com Maíra Zambonato Dorneles, os peixes inseridos na segunda quinzena de setembro de 2019 se desenvolveram conforme o esperado, tendo atingido uma média de 1,5 kg. “O objetivo é testar a produção da Tambatinga em tanque escavado em torno das condições climáticas de Palmas. O desenvolvimento seguiu como esperado e acompanhamos diariamente esse crescimento com o controle da alimentação”, explica a engenheira ao acrescentar que o tanque escavado possibilita melhor acompanhamento da qualidade da água feito pelo produtor.
O secretário da Seder, Roberto Sahium, acrescenta que a Tambatinga (C. macropomum x P. brachypomus) é resultado do cruzamento induzido entre a fêmea do Tambaqui (Colossoma macropomum) e o macho da Pirapitinga (Piaractus brachypomus). “O melhor dessas duas espécies amazônicas resultou em um híbrido com boas características comerciais, com corpo arredondado, corais prateados e com pigmentação avermelhada na parte frontal (peitoral). A Tambatinga é bem aceita no mercado, inclusive substituindo bem a nossa caranha. O seu peso pode ultrapassar 2 kg”, detalha ao alertar que a Tambatinga deve ser mantida em criatórios a fim de evitar sua fuga para os rios, fator que pode desencadear alguma alteração ambiental.