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Morre aos 96 anos Orlando Rubem Ritter, pioneiro da educação adventista no Brasil

Pastor Orlando Ritter (Foto: Arquivo do Centro de Memória Adventista / Centro White)

Devido à falência múltipla de órgãos como consequência de uma pneumonia, faleceu na noite de sábado, 27, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o pastor e educador Orlando Rubem Ritter. Conhecido por suas contribuições à Educação Adventista e ao pioneirismo no estudo e divulgação do criacionismo no Brasil, deixa a esposa, Edda, quatro filhos, oito netos e quatro bisnetos.  

Ritter, que tinha 96 anos, dedicou 60 deles ao ensino e ajudou a formar gerações de profissionais que serviram e ainda servem à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seu pai, o pastor e administrador Germano Ritter, “transferiu” para o filho a paixão pela educação. O patriarca ajudou a fundar instituições como o Instituto Adventista Paranaense (IAP) e o hoje Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Hortolândia, e levou o filho em muitas de suas viagens a trabalho.  

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Foi em 1938 que Orlando tornou-se aluno do Colégio Adventista – que quatro anos depois viria a ser rebatizado como Colégio Adventista Brasileiro (CAB) –, hoje Unasp, campus São Paulo. Permaneceu ali durante 67 anos, passando de estudante a professor, onde também assumiu diversos cargos administrativos. 

Em 1944, iniciou seus estudos em Matemática na Universidade de São Paulo (USP) com o objetivo de lecionar no CAB, atividade que desempenhou até o final do ano de 2003. Ritter também despertou o interesse de diversas pessoas pelo criacionismo. No ano de 1950, introduziu no curso de Teologia da instituição as disciplinas Astronomia e Geologia Criacionista, que posteriormente foram reunidas e ficaram conhecidas como Ciência e Religião. Ele escreveu um material didático específico sobre o assunto: a apostila “Estudos em Ciência e Religião”. 

Legado 

A influência de Ritter levou ao estabelecimento da própria SCB, que hoje está em seu 48º ano de atividade. Sua autobiografia, intitulada O Professor, foi lançada pela Casa Publicadora Brasileira (CPB) e explora não apenas sua trajetória, mas o desenvolvimento da própria Educação Adventista no País. 

Sobre seu falecimento, diversos amigos e ex-alunos utilizaram as redes sociais para lamentar a perda de “um grande educador”, como classificou um internauta. Entidades como o Unasp e a Sociedade Criacionista Brasileira também se manifestaram. “A Educação Adventista nasceu pela inspiração divina, mas avançou através de mestres dedicados. O professor Orlando Ritter foi um desses”, destacou o doutor Martin Kuhn, reitor da instituição à qual Ritter dedicou quase 70 anos de sua vida.  

“Inteligentíssimo. Sábio. Muito culto. Devo muito a ele. Só na eternidade para avaliar sua influência na minha vida”, expressou outro internauta.  

“O professor Ritter foi um baluarte que defendeu e promoveu a filosofia educacional adventista não apenas de forma teórica, mas muito prática. Ao ser diretor da Faculdade de Educação, prezou por princípios bíblicos, qualidade acadêmica, excelência, sempre frisando que ensinamos não só pela fala, mas pelo exemplo”, sublinha o pastor Edgard Luz, diretor da Educação Adventista para oito países sul-americanos. 

Para ele, o trabalho de Ritter tinha o objetivo de mostrar que a educação não é um princípio teórico, mas prático, que se leva para a vida. Luz ainda destaca que o educador formou outros líderes em sua própria casa, a exemplo de seu filho e seu neto, que também se dedicam a dar continuidade a esse legado. “A Educação Adventista tem uma gratidão muito grande a esse pioneiro que manteve o foco em preparar pessoas de maneira física, mental e espiritual”, reforça.  

Leia mais detalhes da biografia de Ritter aqui

(Com Adventistas)

https://jmnoticia.com.br/2020/06/29/lideres-evangelicos-do-tocantins-contestam-projeto-do-ministro-fachin-sobre-abuso-de-poder-religioso/
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