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Ministro abre inquérito alegando investigação de “atos contra a democracia” em manifestações

Em 2019, Alexandre de Moraes determinou que a uma revista deixasse de veicular a matéria “Amigo do amigo do meu pai”, sobre um suposto codinome de Toffoli

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acatou pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras e determinou a abertura de inquérito para investigar possíveis manifestações contra instituições democráticas realizadas no domingo (19).

O ministro é o mesmo que em 2019 determinou que a revista Crusoé retirasse do ar, de forma imediata, a reportagem de capa da última edição, intitulada “O amigo do amigo de meu pai”. Essa censura contra o jornalismo também foi chamada por muitos como um ataque à democracia.

O pedido de Aras visa a apurar a atuação de deputados federais entre os organizadores e defensores dos atos. O presidente Jair Bolsonaro não é alvo do pedido que, segundo determinação de Moraes, segue sob sigilo.

Em sua decisão, Moraes classificou como “gravíssimos” os fatos apresentados pela PGR, uma vez que atentam contra o Estado Democrático de Direito brasileiro e suas Instituições republicanas.

De acordo com o ministro, a Constituição não permite o financiamento e a propagação de ideias contrárias a ordem constitucional e ao Estado Democrático nem tampouco a realização de manifestações visando o rompimento do Estado de Direito, com a extinção das cláusulas pétreas constitucionais – voto direto, secreto, universal e periódico; separação de poderes e direitos e garantias fundamentais.

Segundo informações do Ministério Público Federal, o inquérito visa a apurar possível violação da Lei de Segurança Nacional (7.170/1983). De acordo com a assessoria do procurador-geral da República, o pedido foi protocolado às 13h30 desta segunda, mas é sigiloso e não deve ser divulgado na íntegra. O sigilo só pode cair se, no curso das investigações, o MPF apresentar denúncia.

“O Estado brasileiro admite única ideologia que é a do regime da democracia participativa. Qualquer atentado à democracia afronta a Constituição e a Lei de Segurança Nacional”, afirmou Aras.

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