Evangélica, a candidata da Rede Sustentabilidade à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira 19, em entrevista à VEJA, que, se eleita, defenderia um plebiscito sobre a descriminalização do aborto e vetaria a medida caso ela fosse aprovada pelo Congresso.
“Se o Congresso decidir, eu vetaria. Se for um plebiscito, acho que é uma decisão soberana da sociedade”, afirmou a ex-ministra. “Se for para ampliar [a previsão do aborto em lei], que 513 deputados não substituam 200 milhões de brasileiros, nem 81 senadores, o presidente não convoca plebiscito nem muda leis do Congresso, agora, se por decisão soberana no plebiscito a sociedade decidir que é isso, estamos em uma democracia e um Estado laico…”, ponderou.
Perder para Bolsonaro
Conforme já noticiado pelo JM Notícia, a candidata da Rede, mesmo sendo evangélica perderia apoio do segmento para Bolsonaro devido sua posição diante do aborto.
Marina defende a criação de um plebiscito para que a população brasileira decida legalizar ou não a interrupção da gravidez. Seu vice-presidente, Eduardo Jorge (PV), é totalmente favorável à descriminalização da prática, assim como é favorável à descriminalização das drogas.
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Bolsonaro é contrário ao aborto e segundo o colunista Igor Gadelha, da Crusoé, o presidenciável usará essa diferença em suas campanhas eleitorais para atrair os evangélicos que, assim como ele, não são favoráveis à legalização do aborto.
Mea culpa
Evangélica da Assembleia de Deus, Marina voltou a se posicionar contra o aborto na entrevista. “Eu sou contra o aborto, não acho que é a melhor forma de você encarar o problema de não querer uma gravidez indesejada. Defendo planejamento familiar, que se orientem as pessoas para que elas não tenham uma gravidez indesejada”, disse a ex-senadora.
Diante da declaração de Marina Silva nesta ultima entrevista, fica mais difícil ela ganhar o apoio, já raquítico, dos evangélicos.