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Igreja enviava brasileiros aos EUA para trabalharem como escravos, diz denúncia

Da Redação JM Notícia

 

A Irmandade da Palavra da Fé está sendo acusado por dissidentes de enviar brasileiros para a matriz nos Estados Unidos para trabalharem como escravos.

A denúncia foi divulgada pela Associated Press que teve acesso a alguns dos brasileiros que foram mantidos escravos na Carolina do Norte, tendo passaporte e dinheiro confiscados pelos líderes da igreja e forçados a fazerem os mais diversos trabalhos.

Duas ramificações da igreja no Brasil eram usadas para levar um fluxo constante de jovens brasileiros, entre eles André Oliveira que quando completou 18 anos aceitou ir para a igreja americana onde foi mantido escravo.

André teve seu passaporte confiscado, trabalhava 15 horas por dia, geralmente sem salário, limpava depósitos da igreja e depois trabalhava nos empreendimentos dos ministros mais importantes. “Eles nos mantinham como escravos. Como você pode fazer isso com as pessoas? Dizer que ama e depois bater nelas em nome de Deus?”, declarou André que conseguiu fugir no ano passado.

Além dele, outros 16 ex-membros brasileiros também relatam casos de trabalho escravo, ameaças físicas e verbais e agora o caso está sendo investigado por procuradores americanos. A investigação apura os abusos praticados pela Irmandade da Palavra da Fé e conta com documentos, gravações secretas e o depoimento de 43 ex-membros que comprovam que as denúncias apresentadas, inclusive casos de agressões físicas para “purificar” pecadores.

A denominação, fundada 1979 por Jane Whaley, ex-professora de matemática, e seu marido, Sam, contam com 750 congregados na Carolina do Norte e outros dois mil espalhados no Brasil, Gana, Suécia, Escócia e outros países.

Outro brasileiro que viveu dias de terror nos Estados Unidos foi Thiago Silva que sofreu abusos por parte da própria Whaley. Não suportando mais, ele fugiu.

Rebeca Melo também sofreu nas mãos dos líderes da igreja, ela chegou nos Estados Unidos em 2009 e teve seu passaporte confiscado. Ela trabalha como babá 16 horas por dia e era constantemente humilhada e chamada de prostituta. Rebeca chegou a apanhar tanto que desmaiou.

“Rezava todos os dias para que as coisas melhorassem, mas nunca acontecia. Eles te ameaçam muito. Dizem que vão te pôr num avião para o Brasil. Já tinha concluído metade dos estudos. Só queria sair dali”, relatou. Com Informações Jornal Extra.

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