Ícone do site JM NOTÍCIA

Falha em vestibular levou 23 jovens indianos ao suicídio

Da redação

Pelo menos 23 adolescentes do Estado de Telangana, no sul da Índia, se suicidaram desde o anúncio dos resultados das provas finais escolares, em abril.

A competição para entrar no Ensino Superior na Índia é tão grande que os exames de conclusão Ensino Médio são encarados como uma das únicas saídas para conseguir um bom emprego e ter uma vida de sucesso. A pressão é tanta que foram relatados casos de suicídios de pelo menos 23 adolescentes do estado de Telangana, no sul do país, após o anúncio dos resultados das provas em abril. Só em Telangana foram mais de 320 mil reprovados, mas alunos e pais protestaram alegando ter havido erros nas questões, com muitos exigindo que os exames fossem remarcados.

+ Esposa de Thiago Silva sobre suicídio de blogueira: “vai queimar no inferno”

+ Duas jovens de 17 e 26 anos comentem suicídio e chocam cidade no TO

+ Urgente: Jovem pastor ligado ao ministério de Marco Feliciano comete suicídio

Thota Vennela foi uma das estudantes que cometeu suicídio, em 18 de abril, mesmo dia em que ela descobriu que tinha sido reprovada nos exames. “Ela continuava repetindo, como eu pude falhar?”, lembra sua mãe, Sunitha, em entrevista à rede britânica BBC. “Nós a consolamos e dissemos que estava tudo bem e que ela poderia se candidatar a uma reavaliação ou fazer os exames novamente. Mas, mesmo no hospital, ela continuava dizendo: ‘Eu deveria ter passado'”. Ela morreu horas depois.

Um dos que duvida do resultado é Venugopal Reddy, que diz que seu filho teve nota máxima em matemática, física e química em seus 11 exames. “Mas este ano os resultados mostram que ele acertou apenas uma questão de matemática e zero em física. Como isso é possível?”, diz o pai.”Ele estudava para outros testes bem competitivos. Mas depois dos resultados, está desanimado. Ele parou de estudar e comer e se recusa a sair de casa. Estou preocupado com sua saúde mental”.

A Globarena Technology é a empresa terceirizada que ficou responsável por realizar o exame em todo o estado para mais de 970 mil estudantes, além de processar as pontuações finais e anunciar os resultados. A empresa admitiu que houve erros. “Seguimos o processo prescrito pelo conselho. Os incidentes que aconteceram são lamentáveis. Inicialmente, houve erros técnicos. Fizemos as correções”, disse VSN Raju, diretor executivo da empresa. No entanto, o conselho estadual de Educação negou que os suicídios estavam ligados “aos erros técnicos e de processamento de resultados”.

Quando as respostas de todos os estudantes reprovados foram revisadas, foi descoberto que 1.137 dos alunos que falharam na verdade passaram nos exames — entre eles, uma estudante que inicialmente marcou zero em um assunto, acabou marcando 99 (de 100) quando suas respostas foram revisadas. Destes que foram aprovados na segunda análise dos exames não estava nenhum dos 23 alunos que cometeram suicídio. Mas ainda assim, as famílias não estão convencidas do resultado.

A família de Anamika Yadav, outra estudante que cometeu suicídio horas após descobrir a reprovação, disse que vai processar o conselho estadual de educação e a Globarena. No caso de Anamika, a reavaliação do dia 27 de maio dizia que ela havia passado nos testes, mas horas depois as notas foram novamente revisadas  e mostraram que ela foi realmente reprovada. “Nós estranhamos tudo isso”, diz Atul Ganesh, pai da jovem.

Gopalakrishna, pai de Vennela, também quer entrar na Justiça. “Eu não posso confiar no conselho. Como minha filha, que sempre foi uma boa aluna, pode ter ido tão mal nesse exame? Eu preciso de respostas.”

(Com Galileu)

Sair da versão mobile