JM NOTÍCIA

Cristãos transgêneros lutam para conciliar fé e mudança de identidade

Da Redação JM Notícia

Alexya é hoje pastor da Igreja Cristã Metropolitana

Igrejas inclusivas estão atraindo não apenas homossexuais que não se sentem bem em igreja tradicionais, mas também evangélicos que se descobriram transgêneros e que tentam conciliar a fé com a mudança de gênero.

Em entrevista ao G1 três evangélicos transgêneros contaram suas histórias, dizendo que não encontraram nas igrejas tradicionais o apoio que precisavam.

Uma das histórias é a de Jaqueline Chanel, um garoto que aos 13 anos foi entregue pela mãe para ser criada estritamente entre estudos e igreja. Ela conta que participava do coral e de outras atividades da igreja, mesmo com os trejeitos afeminados.

Ela resolveu sair daquela igreja quando o coral que ela liderava foi chamado para uma apresentação e ela, que não tinha passado pela mudança de gênero, não foi. “Aquele foi o momento da minha saída”, revelou.

Hoje Jaqueline é diaconisa da Comunidade Cristã Nova Esperança da Vila Mariana e presidente da ONG Séforas, que trabalha temáticas cristãs com travestis, transexuais e moradores de rua da região da República, na Zona Central de São Paulo.

Outra história é de Alexya Salvador, a primeira pastora transgênera do Brasil que faz parte da Igreja Cristã Metropolitana (ICM), uma denominação inclusiva. Em sua história, ela relata o desejo de se tornar padre e que até entrou para o seminário.

“Eu cresci ouvindo que pessoas LGBT estavam condenadas ao fogo eterno”, disse ela que neste conflito entre sua fé, na época católica, e sua condição tentou se matar por três vezes.

A terceira história é de Henrique Júnior Alves, um homem trans que é casado com uma mulher. Ambos frequentam uma igreja evangélica inclusiva e Henrique declara que nenhuma igreja aceitava a sua homossexualidade, até que ele encontrou a “Igreja Para Todos”.

Henrique e sua esposa, Ive Lucy Bergamo, foram ungidos missionários por um pastor que é da Assembleia de Deus. “Estamos aqui pra fazer a obra d’Ele. Pra ganhar mais transexuais, para eles saberem que podem sim adorar a Deus, que podem sim encontrar uma esposa ou um esposo no meio evangélico”, declara.

Para assistir aos depoimentos acesse.

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