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Cristãos no Iraque temem novos ataques após morte de general iraniano

Os cristãos iraquianos estão apreensivos com as possibilidades de outros ataques, em retaliação do Irã pela morte do general Qassam Soleimani, no dia 3 de janeiro. O veículo onde o segundo homem mais poderoso do Irã estava foi atingido por um bombardeio autorizado pelo presidente americano, Donald Trump. No dia 7 de janeiro, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, comemorou os ataques em duas bases aéreas americanas no Iraque. O parlamento do país atacado pediu que as tropas americanas deixem o território.

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De acordo com um colaborador local da Portas Abertas, os cristãos temem o surgimento de mais violência no Iraque. “Isso pode ser uma batalha terrestre entre Irã e Estados Unidos, ou uma nova guerra civil dentro do território iraquiano”, justifica. “Nós estamos atentos para o impacto sobre a enfraquecida população cristã e pedimos cautela aos envolvidos, também solicitamos que eles reconheçam os efeitos das decisões políticas de alto nível sobre a população, especialmente as minorias religiosas vulneráveis”, manifesta um porta-voz da campanha Esperança para Síria e Iraque.

Anos de conflito têm diminuído a presença cristã no Iraque de aproximadamente 1,5 milhões em 2003 para apenas 225 mil em 2018. Apesar da expulsão do Estado Islâmico do país, existem células do EI e tropas apoiadas pelo Irã que atacam a população local, principalmente grupos minoritários acusados de serem infiéis.

Na região da planície do Nínive, norte do Iraque, a situação parece estar relativamente calma. Mas de acordo com outro parceiro local, “todo mundo está acompanhando de perto as notícias e teme a ação das milícias na região”. O líder cristão Rafael Sako lamentou a nação ser usada como um campo de batalha de terceiros. “É deplorável que nosso país seja transformado em local onde alvos são atingidos, ao invés de ser uma nação soberana capaz de proteger nossa terra, nossa riqueza, nossos cidadãos. Em face dessa delicada e perigosa situação, nós imploramos que todas as partes envolvidas exercitem a moderação”, clama.

Iraque é o 13º país na Lista Mundial da Perseguição 2019, que classifica os 50 países mais hostis e violentos contra cristãos no mundo.

Já o Irã, ocupa o 9º lugar na lista, com perseguição extrema, tendo vários líderes cristãos presos e outros desaparecidos, por simplesmente se reunirem em casas para adorar a Deus. O ato é reconhecido pelo governo como crime de ação contra a segurança nacional.

Na última semana, o líder cristão Ramiel Bet-Tamraz, de 35 anos, foi condenado a quatro meses de confinamento. Seus pais, pastor Victor Bet-Tamraz e Shamiram Isavi Khabizeh foram condenados a 10 e 5 anos de prisão, respectivamente, por ações contra a segurança nacional.

Igreja cristã cresce apesar de perseguição no Irã

Mesmo com acirrada perseguição aos cristãos no país, o número de seguidores de Jesus tem crescido e, por consequência, as autoridades tomaram medidas mais radicais. “Eles começaram a impor mais restrições à participação na igreja, violando a liberdade de culto e assembleia, fechando a principal editora de Bíblia em língua persa do Irã, prendendo e aprisionando os líderes da igreja e muito mais”, testemunha um parceiro da Portas Abertas.

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