Da Redação JM Notícia
Um vídeo do deputado federal Paulo Freire (PR-SP), filho do pastor José Wellington Bezerra da Costa, chamando os pastores de canalha tem circulado pelas redes sociais e mostrando como as eleições da CGADB tem dividido a denominação.
O vídeo foi gravado durante a 43ª AGO, Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) quando Paulo Freire pegou o microfone para desabafar sobre as liminares que impediriam seu irmão, o pastor José Wellington Júnior de assumir o cargo.
Houve tumulto entre os pastores que são contrários ao processo eleitoral e os que apoiam a família Bezerra da Costa que estão à frente da CGADB. Neste momento foi que Paulo Freire chamou os contrários à eleição de corruptos e ainda declarou que juízes que assinam as liminares contra o processo eleitoral são “corruptos” por “venderem liminares”.
Diversas liminares foram expedidas através de ações movidas por pastores da CGADB que são contra a indicação de José Wellington Júnior. Ao que parece, há regras internas que impediriam que o presidente da CPAD participasse das eleições para presidir a Convenção Geral.
Até mesmo um interventor judicial foi nomeado para coordenar o processo de eleição, mas sua presença foi ignorada. Por fim, uma decisão judicial da 1ª Vara Civil do Rio de Janeiro cancelou todo o processo eleitoral e impediu que Wellington Júnior fosse empossado durante a 43ª AGO.
Vídeo:
Fala de Paulo Freire repercute
Ao tomar conhecimento do que foi dito pelo deputado evangélico, o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual do Amapá, Iaci Pelaes, emitiu uma nota repudiando as acusações. Leia na íntegra:
“O orador que aparece no vídeo usa de um dos mais banais recursos de retórica banal, que é o desqualificar o oponente, sem qualquer demonstração do se afirma.
Ao que colheu, o orador, deputado federal e filho do atual presidente da CGADB, não demonstra, à luz de provas, como chegou a essa conclusão de que determinados pastores seriam “canalhas”.
Segundo a etimologia esse termo significa pessoa vil, reles, do mais baixo nível, abjeta, desprezível, indigna, patife, sem-vergonha, tratante, sórdida, chulo, dentre outros qualificativos negativos.
Ora, essa espécie de expediente é absolutamente inaceitável num auditório qualificado de uma Convenção de pastores.
No tribunal do júri de Macapá, onde atuo semanalmente essa espécie de recurso de retórica já foi abolida faz tempo.
Aliás o próprio CPP não mais admite.
E não me venha com alegação de que parlamentar tem imunidade na palavra.
A uma que o deputado não está na tribuna da Câmara. A duas que o próprio STF já direciona no sentido de que não há direito absoluto.
Assim, a ninguém é dado abusar do exercício de um direito para, dessa forma, ofender a outrem.
Dr Iaci Pelaes – Promotor de Justiça do MPE/AP/”
Pastores saem em defesa de Paulo Freire
Já o “Núcleo de apoio à chapa CGADB mais perto de você”, saiu em defesa de Paulo Freire, dizendo que ele não falava como deputado, mas sim como filho.
Leia na íntegra:
“A QUEM INTERESSAR POSSA
Caros companheiros,
Em primeiro lugar é bom frisar que esta equipe não apoia nem endossa a injúria. Por isto temos sempre primado em nossas notas pelo comedimento e educação.
Mas algumas ponderações devem ser feitas acerca do episódio envolvendo o discurso do Deputado Paulo Freire na sessão de ontem na AGO.
Em primeiro lugar é preciso destacar que quem estava falando não era o Deputado Paulo Freire, mas o filho, Paulo Freire.
Filho este que tem assistido, até então em silêncio, o nome, a história e a dignidade de seu velho pai serem enxovalhados e pisoteados por uma minoria (parece que são 30% ou menos) que em termos ministeriais, e comparados ao veterano pastor Wellington, sequer saíram das fraldas.
Este homem viu seu pai por 30 longos anos labutando com sacrifício pessoal gigantesco, dele e da família, para construir uma história sólida e honrada na CGADB, além das décadas de trabalho em outras frentes na obra do Senhor. Para agora lidar com meninos que não tem o bom senso sequer de respeitá-lo como homem, pela história construída. Que confundem oposição de ideias com guerra pessoal.
Bandido, corrupto, ladrão, são os termos empregados por esta gente. Sinceramente, canalha parece pouco como resposta.
Você tem pai? Imagino que tenha, vivo ou in memoriam. Como você ouviria o uso destes termos, anos a fio, para se referirem ao seu velho herói?
Reflita um pouco e responda para si!
O que ele fez, qualquer um com “sangue nas veias” poderia ter feito. E agora fariseus hipócritas postam de bons moços, cheios de domínio próprio, para condená-lo? Imagino estarem sem pecado, por tomarem tão avidamente as pedras!
Atenção senhores: aquele que pensa estar de pé, cuidado para que não caia!
De resto, não nos sentimos ofendidos pela expressão usada, e por isto nada temos de que nos defender.
Não somos canalhas porque não expusemos nacionalmente o nome de nossa Convenção e nossos pastores;
Não somos canalhas porque não transformamos em pecha o título de “pastor”;
Não somos canalhas porque nunca comparecemos à AGO/E com o único intuito de causar confusão e arruaça;
Não somos canalhas porque não temos a ousadia e desfaçatez de olhar nos olhos do meu pastor e chamá-lo de bandido.
Interessante é que tem muita gente aí se defendendo e dizendo que não é canalha. Ora, se não se enquadra no conceito de canalha está se defendendo porquê? Considere ainda que o termo usado se aplica aos que agiram com injúrias, xingamentos e com falta de decoro e ética. Se você não faz parte deste rol, não há razão para indignação.
NÚCLEO DE APOIO À CHAPA CGADB MAIS PERTO DE VOCÊ”