Em entrevista ao portal Universa, a deputada federal tocantinense, Professora Dorinha, comemorou as “quatro ou cinco” propostas em tramitação no Congresso relacionadas à proteção das mulheres na pandemia. O último avanço, destacou ela, foi do projeto de lei aprovado na quarta-feira (10), que determina que os serviços essenciais para vítimas de violência doméstica não sejam interrompidos durante a crise de saúde que o Brasil enfrenta. O texto aguarda sanção presidencial.
Mea culpa
Dorinha faz, porém, um mea culpa em nome do Legislativo: “Nós demoramos muito para começar a votar matérias focadas na questão da mulher. Ficou tudo envolvido na saúde, que é importante, claro. Mas a violência doméstica já era um tema gritante desde o começo”, diz. A dificuldade, segundo ela, está no jogo de interesses dos diferentes grupos da casa. “As bancadas católica e evangélica enxergam aborto em todo lugar [no texto das propostas].”
Crítica
“Há muito interesse envolvido. Por exemplo, tem as bancadas católica e evangélica que enxergam aborto em todo lugar [no texto das propostas]. O PL 1291, que aprovamos na quarta-feira (10) e foi para a sanção, tinha um trecho que falava em ‘proteção integral à mulher’. Eles disseram que não podia, que é linha abortista. É coisa de grupos, demora a fazer acordo, demora para ir para votação. Além disso, nosso espaço [das mulheres] de debate é extremamente limitado, precisamos ir com o texto mais bem construído possível. Já estamos com pelo menos cinco projetos [em tramitação]. Uma vitória que já tivemos foi o auxílio emergencial em dobro para mulheres que são chefes de família.”
Punição contra o machismo
“É preciso haver punição do Congresso a colegas que se atacam publicamente, principalmente com ofensas machistas. “Já assisti a deputados desrespeitando deputadas, indo para o microfone dizer que elas não têm capacidade. Só vai ter mudança se tiver punição.”