Uma jovem de 23 anos morreu no último domingo (11) na Argentina após complicações de um aborto legal.
Maria Del Valle Gonzalez Lopez, presidente da Juventude Radical da cidade de La Paz, em Mendoza, esteve na última quarta-feira (7) no hospital Arturo Illia, para interromper a gravidez e quatro dias depois ela veio a falecer.
O caso está sendo investigado e a Justiça fala de “possível negligência médica”. Acredita-se que Mariá recebeu uma receita incorreta.
A jovem era estudante de Serviço Social na Universidade Nacional de Cuyo, ela era muito conhecida por sua militância política, o que tem dado repercussão ao caso.
Segundo o jornal Mendoza Post, a jovem foi medicada com uma pílula abortiva, dois dias depois começou a se sentir mal. No sábado foi internada no hospital Perrupato com dores abdominais e faleceu no dia seguinte por infecção generalizada.
Não existe aborto legal
O medicamento utilizado no procedimento para fazer o útero ‘expulsar’ o bebê é conhecido por causar, entre os efeitos colaterais, choque hipovolêmico, isso é, perda significativa de sangue.
Mas a infecção generalizada também é recorrente quando o processo de aborto não é completo, como explicou o médico Luis Durand, médico cirurgião argentino, explicou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.
“A infecção geral ou septicemia em uma mulher que toma misoprostol para abortar pode ocorrer quando a expulsão é incompleta e os restos do bebê permanecem no útero. Por isso, é uma falácia dizer que qualquer instrumentação em um organismo possa ser ‘segura’”, declarou o doutor.
O caso foi comentando pela ativista pró-vida Guadalupe Batallán em seu Twitter, onde ela afirma que os grupos feministas usariam o caso de María caso tivesse ocorrido em uma clínica clandestina de aborto.
Como o caso aconteceu em um hospital dentro da legalidade estabelecida pelo governo argentino, os grupos não irão comentar que, mesmo dentro de um hospital, a mulher que pratica o aborto não está segura.
“María del Valle tinha 23 anos e tinha uma vida inteira pela frente. Era estudante e se tornou presidente da juventude radical de Mendoza. Ela abortou legalmente na quarta-feira e morreu no fim de semana. Eu vou contar para vocês porque as feministas ficam quietas. #MorreuPorAbortoLegal”.
“Se María tivesse morrido na clandestinidade, as feministas estariam destruindo a cidade inteira, mas como María #MorreuPorAbortoLegal e isso não lhes convém, ignoraram”, escreveu Belén Lombardi, uma jovem mãe e ativista pró-vida.
Assim que se soube de sua morte, vários ativistas e grupos pró-vida na Argentina inundaram as redes com as hashtags #MurióPorAbortoLegal (#MorreuPorAbortoLegal, em português) e #AbortoLegalMataIgual.