Da redação
Em Palmas, a piscicultura (cultivo de peixes) vem ganhando casa vez mais adeptos, e algumas dessas pessoas interessadas no assunto, compareceram na manhã desta quinta-feira, 15, na Escola de Tempo Integral (ETI) Fidêncio Bogo, em Taquaruçu Grande, para participar do Dia Técnico sobre Piscicultura.
Evento integrante da programação do Agosto Verde, o dia técnico tratou desde a alimentação até o momento do abate dos peixes. O ensino focou na produção com uso de tanques suspensos, usando como exemplo prático o tanque suspenso de alvenaria circular instalado na ETI Fidêncio Bogo. Além de chacareiros que moram em Taquaruçu Grande, o evento também contou com a participação de alunos desta unidade escolar.
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Sob orientação da engenheira de Aquicultura da Seder, Maíra Zambonato Dorneles, os participantes tiraram dúvidas sobre a produção de peixes carnívoros e onívoros. “O manejo em tanques suspensos não exige tanta mão de obra, mas é preciso atenção para garantir que o peixe cumpra todas as etapas de crescimento de forma saudável. Deve-se observar a qualidade da água, com a limpeza correta do tanque, alimentação, pesagem, medição, dentre outros detalhes para o aparecimento de doenças”, explica a engenheira.
Atenta a todos os detalhes da orientação, a produtora rural Louracy Pereira da Silva, 42 anos, possui um tanque suspenso onde produz peixes para consumo interno. “Tenho pirarucu, tambaqui, piau e surubim. Aqui aprendi que estava fazendo algumas coisas erradas que estão comprometendo a minha produção”. Inclusive Louracy descobriu que a alimentação feita apenas uma vez ao dia com uso de ração é inadequada e está contribuindo para que os peixes acumulem mais gordura. “Logo que chegar em casa já vou mudar a rotina e fornecer mais comida para meus peixes”, garante.
O nutricionista da Secretaria Municipal da Educação (Semed), Rodrigo Miranda Pereira explicou para os participantes sobre a importância da inclusão de peixe na alimentação. “O peixe é uma importante fonte de nutrientes como ômega 3, ferro e vitamina B12. Ajuda a reduzir o risco de morte por doenças do coração, depressão, ansiedade, doenças inflamatórias. É um alimento saudável que contribui para a longevidade”, garante o nutricionista.
Pereira orienta também quanto ao consumo do peixe, que deve ser no mínimo de uma a duas vezes por semana. “O ideal é evitar a fritura e optar pelo preparo grelhado, cozido e assado. O consumo dos brasileiros precisa aumentar e ser realidade presente na mesa de todos”, recomenda.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) ressaltam que até 2030, a produção da pesca e aquicultura no Brasil deve crescer 46,6%.
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Números em Palmas
Em Palmas existem atualmente 16 produtores de peixes em tanques de lona de vinil modelo bag fish, com 33 tanques. Quatro produtores de peixe em tanque de ferro e cimento, totalizando 20 tanques nesta modalidade. Vinte produtores que apostam no tanque rede instalados no Lago de Palmas e 70 produtores de peixe em tanques escavados. Ainda na Capital, existem quatro tanques de alvenaria em propriedades rurais para fins comerciais, e quatro produtores de peixe em adobe, com seis tanques.
Conforme o secretário da Seder, Roberto Sahium, o sistema de tanque suspenso oferece muitas vantagens para a agricultura familiar, como o baixo custo para implantação e o manejo diário mais simplificado, não exigindo tanta mão de obra. “Esse confinamento em tanques suspensos afasta o risco de predadores, proporciona controle da temperatura da água e do ambiente e retirada dos peixes quando forem para o abate”, ressalta o gestor.
A pesquisa ‘Avaliação do Consumo de Peixes no Município de Palmas – TO’, publicada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2018, aponta dados sobre o cenário na Capital.
A maior frequência do consumo de peixe foi de uma ou duas vezes por semana. A ingestão diária é feita apenas por 3,30% dos entrevistados. Os tipos de peixes preferidos foram os redondos: caranha, tambaqui e seus híbridos. Os peixes frescos são os preferidos por 84,47% dos entrevistados.
Quando aos locais de aquisição, a maior parte é encontrada nas feiras livres da cidade, sendo 37,86%. No que diz respeito ao preço, a maioria (29,32%) paga até R$ 15,00 por quilo. O principal local de consumo de peixe pelos entrevistados é em suas próprias residências (72,23%).
A pesquisa também descobriu que 40,19% dos entrevistados consome peixe devido ao sabor ou o hábito. Quanto aos motivos que impedem a ingestão de peixes estão o preço (23,68%) e a presença de espinhas (6,79%).
Os dados levantados levaram em consideração o perfil socioeconômico, a frequência, as principais espécies consumidas, os locais de consumo e as formas de aquisição dos mesmos. Foram entrevistadas 515 pessoas, com o apoio de um questionário estruturado. A pesquisa completa poder consultada neste link
Confira os próximos eventos do Agosto Verde 2019:
20/08: Encontro Técnico para Valorização das Mulheres Rurais – ETI Fidêncio Bogo
21/08: Inauguração da Horta de Taquaruçu
22/08: Dia de campo sobre tecnologias rurais sustentáveis – Agrotins
23/08: Curso de produção intensiva de carne a pasto – Embrapa/Agrotins
27/08: Renova Sim – Parque da Pessoa Idosa
28/08: das 8h às 12h – Dia técnico da agroecologia – ETI Fidêncio Bogo
29/08: Workshop sobre plasticultura – ETI Almirante Tamandaré – evento exige inscrições e pagamento da taxa de R$ 10
30/08: Bem-estar animal com foco na avicultura – Chácara Trem da Serra