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Agência contrata influenciadores digitais para fazerem propaganda velada para o PT: R$ 2 mil por mês

Da Redação JM Notícia

Eram duas campanhas: uma delas para divulgar as mensagens do aplicativo “O Brasil Feliz de Novo”; a segunda era para fingir defesa de causas e minorias sem avisar que era postagem paga

A publicitária Ale Siedshalag usou suas redes sociais para denunciar um e-mail que recebeu de uma agência oferecendo R$ 2.000,00 por mês para que ela fizesse propaganda política para um partido de esquerda, fingindo ser um ativismo político para assuntos de sua escolha como causa LGBT, defesa animal, direito das mulheres, defesa dos direitos humanos entre outros.

Pelo Twitter, outros influenciadores comentaram que também receberam o e-mail e, mais tarde, descobriu-se uma série de personalidades com forte influência no microblog que não só aceitaram, como também já começaram a publicar propaganda velada, o que pela lei brasileira já é considerado crime (toda propaganda precisa ser sinalizada).

Chamado de “Mensalinho do Twitter“, o caso chegou a ser um dos assuntos mais comentados no microblog nesta segunda-feira, com inúmeras mensagens criticando o Partido dos Trabalhadores e os influenciadores que aceitaram tal proposta.

O jornalista Diego Escosteguy conseguiu informações sobre o cliente da agência de publicidade contratada para selecionar os influenciadores e fazer a proposta e descobriu uma segunda campanha: o cliente seria a Follow Análises Estratégicas, sediada em Belo Horizonte, cujo um dos donos é o deputado mineiro Miguel Corrêa, do PT, candidato ao Senado.

Os influenciadores divulgariam o app “Brasil Feliz de novo”, desenvolvido pela Follow Now, um app usado para divulgar mensagens de apoio ao PT e “combater fake news“.

Na visão do jornalista, o caso deve ser analisado pelo Ministério Público Eleitoral, pois configura publicidade digital paga que é proibido pela lei eleitoral.

O jornalista listou uma série de questionamentos sobre essas duas ações, inclusive se o valor pago a esses influenciadores partiu do Fundo Eleitoral ou de outras fontes. Ele questiona também a quantidade de influenciadores comprados para estas campanhas e ainda se o partido tem como comprovar o pagamento e a origem do dinheiro que foi distribuído.

“Trata-se de um caso relevante, que descortina as novas estratégias para influenciar os eleitores sem que eles saibam. Sabe-se, ao menos, que foi uma ação às escondidas. Não se sabe se foi a única – e nem se o PT é o único partido a fazer isso nesta campanha”, completa Diego. Você pode conferir as postagens da Ale Siedschlag aqui e do jornalista Diego Escosteguy aqui.

Algumas das mensagens supostamente pagas por esta campanha podem ser acessadas aqui.

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