Relatório de análise da Polícia Civil sobre as mensagens trocadas pela deputada federal Flordelis (PSD-RJ) com os filhos mostra que a relação dela com o pastor Anderson do Carmo era uma “farsa”e uma “encenação. O Ministério Público denunciou a parlamentar por arquitetar a morte do pastor. Em uma das mensagens, de outubro de 2018, ela chama o marido de “traste” e diz que “precisa pôr um fim nisso”.
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No pano de fundo da história, a disputa pelo controle financeiro e político da família. De acordo com os investigadores, Flordelis planejou o crime em busca de “emancipação financeira”. Segundo os filhos da deputada, era Anderson quem controlava o dinheiro da família, e, por isso, ela passou a tentar matá-lo desde 2018. Ela queria, também, o controle político do futuro do casal.
A CNN apurou que Flordelis e Anderson do Carmos despontavam, antes do crime, como candidatos naturais à prefeitura de São Gonçalo nas eleições deste ano. Entre as conclusões dos investigadores está a de que Flordelis encenou uma farsa à imprensa quando do enterro de Anderson do Carmo, uma vez que era ela a responsável por arquitetar todo o plano de sua execução.
Em 13 de outubro de 2018, período eleitoral, como destaca a Polícia Civil, Flordelis escreve para um de seus filhos em referência a Anderson: “até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio, independência financeira é pouco”. Em outro ponto da conversa ela diz que iria “explicar”o projeto para “por um ponto final nessa história”. A mensagem é prova, para os investigadores, que o que estava sendo tratado ali era um plano para matar o pastor Anderson.
Segundo as investigações, Flordelis foi a responsável por escrever, literalmente, o plano para matar Anderson — a ideia era simjular um assalto, justamente a versão que a parlamentar difundiu ainda em 2019, dias depois do crime. “Dez mil depois do serviço feito, mas as outras pessoas do carro não podem ser atingidas. Simula um assalto, ele foi para o Rio hoje e aproveita e já espera ele na volta. Se voltar no [carro] dele, melhor ainda. Vou mandar ele enviar a foto, nós vamos saber qual o carro e qual a placa”, escreveu Flordelis em março de 2019.
A defesa de Flordelis nega as acusações sobre a parlamentar.