Da Redação JM Notícia
A Northwestern University, dos Estados Unidos, concluiu um estudo de saúde que aponta para algo interessante: jovens que praticam alguma religião tendem a se tornarem adultos obesos na meia-idade.
A pesquisa mostra que a os jovens com peso saudável que participam frequentemente de atividades religiosas têm duas vezes mais chances de se tornarem obesos na meia-idade do que seus pares menos religiosos.
Para chegar nesta conclusão, os pesquisadores se dados do estudo do Desenvolvimento de Risco de Artérias Coronárias em Jovens Adultos, que acompanhou o peso e diversas variáveis físicas e comportamentais, incluindo o envolvimento religioso, em mais de dois mil homens e mulheres nas últimas duas décadas, segundo informações da emissora ABC News.
Além do fator religioso, o grupo distinguiu detalhes como raça, sexo, educação e renda, porém a conclusão foi semelhante em todos os grupos: a probabilidade dos jovens mais religiosos serem obesos permaneceu.
“Anteriormente descobrimos que aqueles com alto envolvimento religioso tinham maior probabilidade de serem obesos [como adultos de meia-idade ou mais velhos], mas queríamos acompanhar as pessoas ao longo do tempo para ter certeza que as pessoas religiosas têm mais chances de se tornarem obesas”, afirmou Mathew Feinstein, coordenador do estudo na universidade.
Outros estudos realizados ligam a religiosidade e a obesidade, mas não há até o momento um fator que venha a associar essa ligação. “Os aspectos sociais da religião quase invariavelmente envolvem comida e banquetes” , disse David Katz, diretor e fundador do Centro de Pesquisa de Prevenção da Universidade de Yale.
“Outra possível explicação é que a religião encoraja o foco na vida após a morte e pode, assim, distrair um pouco o enfoque nos objetivos de saúde”, acrescentou Katz.
Por outro lado, a obesidade do grupo não apresentar resultados negativos na saúde, como doenças cardiovascular. Isso pode ser explicado neste estudo da Northwestern University por conta de comportamentos saudáveis dos mais religiosos, como por exemplo, a menor probabilidade de fumarem.
Sociólogos alertam: religiosos precisam lembrar que gula também é pecado
Os sociólogos Krista Cline e Kenneth Ferraro observaram que, nos Estados Unidos, as religiões tendem a se concentrar em coibir pecados, como fumar, beber e promiscuidade, enquanto a gula se tornou um vício mais aceitável.
O Dr. Keith Ayoob, diretor da Clínica de Nutrição da Faculdade de Medicina Albert Einstein, acrescentou que, em meio à atmosfera de restrição, a comida também pode se tornar “uma droga legítima e socialmente aceitável”. Com informações ABC News