Em 2009, a Samarco encomendou um plano de monitoração 24 horas das barragens para alertar os habitantes de Mariana (MG) caso acontecesse alguma emergência. Porém, segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele foi engavetado e, seis anos depois, as barragens se romperam e a região virou palco da maior tragédia ambiental do Brasil. Até o momento, são, ao menos oito mortos, 11 desaparecidos e quatro corpos que ainda aguardam identificação – além da destruição de cidades, fauna e flora.
A empresa responsável pelo documento explicou que o plano não foi levado a diante por conta da crise econômica. A consultoria RTI (Rescue Training International) foi contratada pela Samarco em 2009 para preparar o plano. Ao conversar com a Folha, o diretor da empresa, Randal Fonseca, disse que a estratégia apresentada era constituída de monitoramento permanente das estruturas por meio de telemetria (processamento e transmissão de dados a distância) e, ainda, visitas diárias de funcionários.
Depois, seriam realizadas avaliações e, mensalmente, um comitê técnico se reuniria para elaborar relatórios e planejar simulações de situações de emergência que envolvessem os moradores da região. “Quando se constrói uma barragem, se constrói uma emergência. Tenho que monitorar as comunidades próximas, saber se tem gestante, se tem cadeirante. Tenho que saber de tudo minuto a minuto”, explicou ele.
A Samarco não informou o motivo pelo qual deixou de implantar esse plano, mas que possuía estratégia aprovada por órgãos de fiscalização. A reportagem apurou que a mineradora havia entregue aos governos federal e de Mina um documento com uma estratégia em caso de rompimento que não previa uma maneira de informar aos moradores de Bento Rodrigues, em Mariana, qualquer incidente.
O jornal entrou em contato com a Samarco, que preferiu não se pronunciar sobre o plano encomendado em 2009. Em nota, a mineradora afirmou que “O plano (em vigor e aprovado pelos órgãos de fiscalização) foi cumprido pela Samarco, que prontamente mobilizou Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeitura de Mariana”. Com informações Verdade Gospel via Noticias ao Mundo