Da Redação
Causou sobressaltos em muitos obreiros da Assembleia de Deus a criação de uma nova Convenção Geral. Ocorre, todavia na prática, e todos sabem que a CGADB é um instituição de Status e influencia de política ministerial e até se locupleta de dividendos da política secular. Contudo, sem nenhum poder sobre as Igrejas. O Presidente, na Igreja local, ao seu modo reforma o Estatuto e lidera sua Igreja conforme a cultura local e regional, inclusive
dependendo da região eclesiástica a liturgia e o “modus operandi “ administrativo podem ser disparate.
A Assembleia de Deus em matéria de governo seria um parlamentarismo Inglês, onde os presidentes de cada Igreja são Primeiros Ministros e o Presidente da CGADB seria uma rainha, que na prática está de enfeite no Governo. Nada pode em relação à Igreja local e seus costumes. No que diz respeito á política ministerial, não consegue dirimir conflitos regionais.
Entretanto, quando vê seu poder ameaçado, apoia divisão em Estados que descambam para apoiar desafetos, manda perseguir inimigos e ainda diz: fala que a iniciativa foi sua. Articula e promove divisão em Ministérios e Convenções Estaduais. Como ocorreu em Salvador-BA, Rio de Janeiro e muitos outros Estados.
A criação da nova Convenção Geral é resultado do vem ocorrendo há muitos anos na CGADB. Em 1930 dois Brasileiros que nasceram para liderar, insatisfeitos com a liderança dos Missionários, se aproveitaram da enfermidade de Gunnar e da fraqueza de Berg para abrir a CGADB, tomar as rédeas e formatar uma nova identidade para Assembleia de Deus. E por incrível que parece, foi a partir dai que ela começou se espalhar por todas as regiões e crescer assustadoramente.
Em 1946 esses dois brasileiros, liderando o eixo Rio-São Paulo, se estranharam e o do Rio invadiu São Paulo, abrindo centenas de Igrejas. O que na prática desencadeou conflito e discussões acaloradas nas AGOS de todas as Convenções. Não apenas em São Paulo, como em todos os Estados.
Em 1978 a Convenção da Igreja mãe liderada pelo Pastor Firmino, rompeu com a CGADB, pedindo desligamento e ameaçando abrir uma nova Convenção Geral em decorrência dos conflitos de invasão por parte do Ministério de Madureira. Já que a CGADB se omitia em dirimir o conflito. Madureira, por outro lado, registrou sua CONAMAD, Convenção Nacional
das Assembleias de Deus de Madureira, mas continuou por muito tempo ligado á CGADB.
Até que alguém incomodado com a ameaça de perder eleição para Manuel Ferreira e também por um ato de vingança e temeridade, decidiu dar o cartão vermelho para a CONAMAD em 1989 na Bahia. Já que em 1983 em Vitória do Espirito Santo ele havia perdido a eleição para Manuel Ferreira eleito com 683 votos e José Wellington 655.
O qual só conseguiu êxito com a morte do Presidente Alcebíades Vasconcelos. Hoje, porém, após 18 anos os que eram inimigos mortais se congratulam nos aniversários e nas cerimonias memoráveis e politicas das Igrejas que presidem.
Agora na virada do século XXI, uma nova liderança que não foi fabricado pelo pai, mas nasceu para liderar, depois de repetidas tentativas de competir em igualdade e após sucessivas perseguições e até exclusão, decide sair e abrir uma nova Convenção Geral. Quando o feto se torna maior que o corpo, tem que nascer. Um líder nato, jamais ficará debaixo de um líder fabricado. Quando Madureira foi excluída tinha apenas dois
mil pastores. Hoje Samuel Câmara já nasce grande com mais de 10 mil pastores filiados, com Editora própria, Emissora de Televisão e dezenas de emissoras de radiodifusão. Universidades e Escolas seculares. Com uma sede no Rio de Janeiro no mesmo local que Gunnar Vingren liderou a Igreja por 12 anos na década de 1920 e inicio de 1930.
Samuel Câmara é visionário, tem administração arrojada e nasceu para liderar pastores. Em curto prazo, porém, não conseguirá levar muita gente. A escolha do vice foi acertada, já que o Pastor veterano Eliseu Menezes é um patrimônio moral da Assembleia de Deus no Estado do Rio de Janeiro, um icone da Assembleia de Deus no país. Porém, em médio prazo a CADB poderá triplicar seu número de filiados. E, em longo prazo com a morte dos dois ícones, vai abrir um vácuo de liderança tanto na CONAMAD, quanto na CGADB. O primeiro, carismático, agregador que nasceu para liderar deixará o legado para o filho que não tem o mesmo perfil. O segundo, carismático no extremo, nascido para liderar, agregador, fino no trato, visão de águia. Porém a idade não lhe permitirá que esteja aqui para ver a CADB até engolindo a CGADB. A CADB vai crescer muito, mas em longo prazo.