por Francisco Vieira
Quem acompanha os noticiários atualmente tem motivos para estar confuso. A guerra de versões é uma constante. Um olhar atencioso e se percebe quem são aqueles que querem ter sempre razão, que querem ser os heróis nacionais, os salvadores da pátria (quem não se lembra do caçador de marajás que dizia ser o homem que iria acabar com a corrupção). Mas no fundo se percebe que o que move o ser humano são interesses pessoais, vaidade, vontade de obter reconhecimento, glória, afirmação. Uma outra característica que está crise nacional demonstra nos seus atores é uma forte necessidade de estar certo. São os donos da verdade. Se percebe nos discursos de cada lado, que eles tem sempre argumentos para defender suas posições. Os acusados e os acusadores são rápidos em postar nas redes sociais e na imprensa suas razões, seus argumentos. Estão sempre certos e usam argumentos jurídicos rebuscados, falam na defesa da democracia, do povo, nos interesses nacionais. Mas quando se observa a fundo, o que se vê é uma guerra de vaidades, uma necessidade de ser o senhor da razão, de não perder face como dizem os orientais.
O país precisa menos de uma guerra de egos, uma luta em que os lados vençam a qualquer custo. O que se precisa é usar a lei para fazer justiça, para punir os culpados e não para destruir inimigos. O que se percebe é que eles agem com mentalidade do nós contra eles. E o povo como é que fica? Qual o plano e proposta para tirar o país deste caos? E as reformas paradas? E o Congresso Nacional paralisado, passando o tempo todo resolvendo assuntos de impeachment, afastamentos de parlamentares, inquéritos? Essa semana a imprensa noticiou por dias a questão de cortar o ponto do senador Aécio Neves, de tirar o nome dele da folha. Em qualquer país sério isso não seria noticia. Senadores tem assuntos mais importantes para discutir e votar. Agora o que se vê é os políticos em Brasília ocupados há meses, com delações e coisas do tipo. Isso deveria ser resolvido pelo judiciário e o que deveria se estar discutindo é como sair desta crise econômica.
Em 60 d.C. o Apóstolo Paulo no livro de Romanos 8:20-21 disse:
“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
O texto cai como uma luva para entender os nossos dias. A corrupção está dentro do ser humano e não são leis que mudam isso. O ser humano é governado por seus desejos. O político mente para ele mesmo e muitos deles acreditam que seus atos corruptos são justificáveis. Uma pesquisa nos EUA revelou que a maioria das pessoas cometeria atos de corrupção se fosse para ajudar um amigo próximo parente ou pessoa da família que estivesse em necessidade. Pare para pensar sobre essa frase e faça uma auto-reflexão. Será que você se fosse político empregaria seus parentes, amigos no gabinete? Usaria o carro oficial para visitar amigos, usaria o telefone pago pelo poder público? Será que se um empresário lhe oferecesse um avião para levar sua mãe para algum lugar você recusaria? Existe uma conexão entre o que as pessoas acreditam e o que elas fazem. Mas isso seria assunto para outra hora. E tenho dito.