Da Redação do JM Notícia- Dermival Pereira
Uma operação foi deflagrada em Palmas, na manhã desta segunda-feira, 3, pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União – CGU, com o objetivo de desarticular suposta organização criminosa que operou um esquema de desvios de recursos públicos destinados a obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamentos em municípios tocantinenses, no âmbito do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Entre os investigados e conduzidos coercitivamente à PF para depor, estão os deputados Estaduais, Zé Roberto (PT) e Rocha Miranda (SD), Zé Roberto, é servidor de Carreira do Incra e sempre teve como seguimento de apoio político, sindicatos rurais e assentados do Incra. Rocha Miranda é investigado de causar danos ao erário público quando era superintendente do órgão. Ele também já foi prefeito da Cidade de Araguatins, localizada na região do Bico do Papagaio.
A diligências, segundo informações da PF, realizadas durante a investigação apontaram deficiência na elaboração dos projetos de engenharia, impropriedades no acompanhamento e fiscalização de obras, sobreposição de projetos para um mesmo trecho, serviços não executados e pagos e obras executadas fora da área dos assentamentos ou fora da área de acessos a estes, dentre outras irregularidades que resultaram em um prejuízo de cerca de R$ 1,4 milhão de reais, de um total de aproximadamente R$ 4.2 milhões investidos nas obras.
Efetivo
Participam da operação cerca de 90 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 39 Mandados Judiciais nos municípios Palmas, Miranorte, Paraíso, Araguaína, Buritis do Tocantins e Araguatins, sendo 21 Mandados de Busca e Apreensão e 18 Mandados de Condução Coercitiva. São alvos das medidas o prédio sede da Superintendência Regional do INCRA no Estado do Tocantins, servidores e ex-servidores da Autarquia Agrária, ex-prefeitos, empresários e dois deputados estaduais.
Os fatos em apuração configuram, em tese, os crimes de desvio de recursos, falsidade ideológica, fraude em procedimentos licitatórios e organização criminosa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.
O nome da operação – Rota 26 – é uma alusão à lendária estrada americana que foi desativada em razão do surgimento de estradas mais modernas. O número 26 é mencionado para identificar a Superintendência Regional do INCRA no Estado do Tocantins – SR-26. (Com informações da PF-TO).
Matéria atualizada às 12h17.