O mercado digital abriu múltiplas portas para o entretenimento no Brasil. A combinação de avanços tecnológicos, maior acesso à banda larga e popularização dos dispositivos móveis permite que milhões de pessoas participem de torneios virtuais e competições de diferentes modalidades de jogos, desde o pôquer até os e-sports. E isso explica porque os números do setor não param de crescer.
Expansão do mercado digital de jogos
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 80% dos brasileiros têm acesso à internet, o que impulsiona diretamente o número de usuários de plataformas de jogos online. Entre as modalidades mais populares estão o pôquer, em especial as variantes Texas Hold’em e Omaha e os e-sports.
Competições de esportes virtuais como League of Legends (LoL), Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e Free Fire vêm conquistando milhares de fãs e movimentando campeonatos nacionais e internacionais. A Pesquisa Game Brasil (PGB) 2023 aponta que cerca de 74% dos brasileiros têm o hábito de jogar alguma categoria de jogo eletrônico.
Esse índice revela como a prática de games é cada vez mais parte do cotidiano nacional. Esse grande contingente de jogadores abre espaço para diversas oportunidades de negócios, transmissões ao vivo e produção de conteúdo, principalmente em plataformas de streaming.
Pôquer: mais do que um simples hobby
Os jogos de carta são o que há de mais tradicional quando falamos de jogos de cassino. Com a chegada das plataformas de jogos online, os clássicos ganharam versões virtuais. O pôquer, por exemplo, conquistou um grande público, que inspirou variantes, como slots e vídeo poker com gráficos coloridos.
Agora é possível que um jogador experimente a variante Omaha Poker desde qualquer lugar, jogando em qualquer dispositivo com acesso à internet, competindo com jogadores no país inteiro e até contando com um croupier profissional em salas de jogos ao vivo. Os operadores oferecem também mesas para vários níveis de habilidades.
O Brasil ficou conhecido internacionalmente nos últimos anos graças a jogadores profissionais brasileiros que conquistaram títulos em torneios de alto nível, tanto em eventos presenciais quanto em plataformas virtuais. O país também conta com transmissões populares no YouTube e na Twitch, em que profissionais e amadores compartilham dicas, jogadas e análises ao vivo.
E-sports: a nova paixão dos brasileiros fãs de esportes
Os e-sports vieram para ficar no Brasil. Grandes campeonatos de jogos como League of Legends, CS:GO e Free Fire reúnem milhares de espectadores online e lotam estádios quando acontecem de forma presencial. Equipes brasileiras já despontam em competições internacionais, atraindo patrocinadores de peso, tornando esse um negócio milionário.
Segundo dados da consultoria Newzoo, o Brasil está entre os principais mercados de e-sports na América Latina, e está na décima posição no ranking de maior mercado de games do mundo. Em termos de jogadores, o país conta com mais de 100 milhões. Só em 2022, o gasto médio foi de 2,7 bilhões de dólares.
E a perspectiva é que os gastos girem em torno de 3,5 bilhões de dólares até 2025. O sucesso das equipes brasileiras deve-se, em parte, ao grande interesse do público, que acompanha transmissões em tempo real, interage com os jogadores e participa de torneios amadores.
Em relação a crescimento, desde 2020, o mercado tem tido uma taxa média de 10% ao ano. A profissionalização dos times, aliada à presença de grandes marcas, mostra que os e-sports como esporte eletrônico estão caminhando para se igualar ou até superar modalidades tradicionais em termos de engajamento.
Tecnologias que apoiam o crescimento
O avanço na qualidade e disponibilidade de internet banda larga foi muito importante para o sucesso dos jogos online no Brasil. As experiências de streaming e jogos em tempo real dependem de conexões estáveis, algo que tem melhorado gradualmente mesmo em regiões mais afastadas dos grandes centros.
Com isso, novos públicos podem ter acesso a práticas de entretenimento que antes ficavam limitadas a grandes capitais. Outro ponto é a adoção de dispositivos móveis, cada vez mais potentes, que possibilitam a prática de jogos online sem a necessidade de computadores ou consoles de última geração.
E tanto no pôquer quanto nos e-sports, a troca de experiências e a criação de conteúdo tornam-se parte do dia a dia dos adeptos. Transmissões ao vivo em plataformas de streaming, sejam partidas ranqueadas de jogos de tiro ou torneios de jogos de carta, criam uma rede de interação, onde espectadores aprendem com jogadores experientes, comentam lances e até competem entre si em eventos paralelos.
Jogadores profissionais e influenciadores digitais também tem um papel nesse mercado, uma vez que compartilham estratégias, rotinas de treinamento e bastidores da vida nos campeonatos. A popularização de podcasts, canais no YouTube e blogs especializados reforça essa tendência, aproximando ainda mais a comunidade.