O Estado Islâmico reivindicou o ataque ocorrido na manhã desta terça-feira (26) em uma igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray, na França. Dois agressores invadiram o local durante uma missa e mataram o padre Jacques Hamel.
A polícia foi chamada e matou os atiradores. A informação foi divulgada pela agência de notícias Amaq – considerada a representação oficial do grupo terrorista na mídia. Segundo o Estado Islâmico, o atentado foi realizado por “dois soldados” da causa.
De acordo com o jornal francês “Le Figaro”, os dois homens armados entraram na igreja durante uma missa. Fontes policiais informaram que pelo menos um deles usava barba e espécie de gorro de lã utilizado por muçulmanos.
Agentes do corpo de elite da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) da polícia local cercaram o imóvel e tentaram negociar com a dupla. O cerco só acabou após 40 minutos quando agentes de segurança mataram os criminosos. Jacques Hamel, que foi degolado, trabalhava nessa igreja há cerca de 20 anos.
Uma pessoa foi presa após o atentado, de acordo com a Associated Press.
Repercussão
O Vaticano também condenou o “bárbaro assassinato” do padre. O ato se torna ainda mais odioso na avaliação da Santa Sé por ter ocorrido em um local sagrado, segundo a Reuters.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, expressou seu horror por este “ataque bárbaro contra uma Igreja”. “Toda a França e todos os católicos estão feridos. Permaneceremos juntos”, escreveu no Twitter. Valls havia advertido há uma semana que a França deveria se preparar para ser alvo de “outros atentados”.
O ato é o mais recente em uma série de ataques violentos na Europa. A morte do padre ocorre em um contexto de alerta máximo na França apenas 12 dias após um tunisiano matar 84 pessoas com um caminhão em Nice, em ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
O país foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro de 2015 e esse último em Nice.
Católicos
Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris. O regime dá à polícia poderes adicionais.
Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca a atacar os líderes “cruzados” ocidentais e o “reino da Cruz”, uma expressão que faria referência à Europa, segundo a France Presse.
A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
Após esta tentativa, o governo havia anunciado que adaptaria seu dispositivo de luta antiterrorista aos locais de culto católicos.
Cerca de 700 escolas e sinagogas judaicas, assim como entre 1 mil e 2,5 mil mesquitas, estão protegidas por militares, mas parece difícil aplicar estas mesmas medidas de segurança nas 4,5 mil igrejas católicas do país.
Com informações SBT