De acordo com relatórios da Portas Abertas, Kuwa Shamal que estava preso junto com outros dois líderes cristãos, ainda corre risco de ser sentenciado à pena de morte. Shamal esteve preso durante cinco meses, depois foi libertado por falta de provas consistentes. “Ele foi detido de novo, recentemente, por membros da Segurança Nacional e Serviços de Inteligência em Cartum, capital do Sudão”, informou o MEC (Middle East Concern), que é uma associação cristã que defende os direitos humanos da igreja no Oriente Médio e Norte da África. Os outros dois cristãos, Hassan Abduraheem Taour e Abdulmonem Abdumawla Issa, ainda aguardam as acusações que serão baseadas em crimes de espionagem e ameaça à segurança do Estado.
Shamal é líder de missões e teve que prestar depoimentos durante longas horas à polícia sem razões óbvias para a detenção. Tanto ele quanto Taour são da região dos Montes Nuba, que fica ao Sul do país. Lembrando que essa região se tornou independente desde 9 de julho de 2011. Agora o Sudão do Sul vive em conflito com o Sudão, enfrentando insegurança em suas fronteiras por conta das negociações sobre a demarcação. Além disso, cerca de 75% das reservas de petróleo estão no Sudão do Sul, que precisa utilizar a infraestrutura do Sudão para exportar o produto. Por motivos internos, o Sudão já vive um clima tenso e os cidadãos enfrentam inúmeras dificuldades, mas para os cristãos é ainda pior.
Shamal e Taour estão pagando um o preço por evangelizarem a população que é conhecida como “povos Nuba”, onde o povo nativo luta pela hegemonia étnica e religiosa, daí a grande hostilidade contra a igreja, principalmente contra seus líderes, por parte do regime islâmico árabe atuante. “Nos últimos meses, aumentou muito o número de detenções de cristãos sem acusação. Eles ficam encarcerados e incomunicáveis. Algumas igrejas também estão sendo demolidas por ordem judicial. Segundo a própria lei do Sudão, após 45 dias de prisão, o detido deve comparecer ao tribunal, mas essa lei tem sido ignorada para os casos dos seguidores de Cristo”, conclui um dos analistas de perseguição.